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Senado investiga ''''falso escravo''''

Denúncia contra empresa paraense pode ter sido forjada

Por Cley Scholz
Atualização:

O caso de um trabalhador com salário de R$ 2 mil mensais ''''libertado'''' como escravo pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho será discutido hoje a tarde na Comissão de Trabalho escravo do Senado e pode dar origem a uma investigação sobre os motivos que levaram a fiscalização a autuar a empresa Pagrisa, que funciona há 40 anos em Ulianópolis, no Pará. Os donos acusam os fiscais do Ministério do Trabalho de terem feito uma falsa denúncia, apresentada como a maior autuação contra o trabalho escravo no País, para tentar prorrogar um acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que financia programas de fiscalização. O chefe da fiscalização e os donos da empresa serão ouvidos hoje às 15 horas no Senado. Todos os 1.108 libertados em junho e julho tinham carteira assinada. ''''Uma investigação isenta vai mostrar que a Pagrisa jamais utilizou mão-de-obra escrava, temos um largo histórico de responsabilidade social e bom relacionamento com nossos funcionários'''', diz Marcos Vilella Zancaner, presidente da Pagrisa, que vai depor hoje. Entre os trabalhadores citados como escravos havia cortadores de cana, motoristas, operadores de máquinas pesadas, técnicos de laboratório, jardineiros e porteiros. A média salarial era acima de R$ 600. Um mecânico ganhava cerca de R$ 2 mil e um analista de laboratório de controle de qualidade havia voltado de um treinamento na Escola Superior de Agricultura da USP, no interior de São Paulo, que custou R$ 4 mil. Dirigentes sindicais da Federação dos Trabalhadores da Agricultura fizeram uma investigação paralela à pedido da Contag e avaliaram que as condições de trabalho não eram degradantes e as demissões determinadas pelo Ministério do Trabalho não seriam necessárias.

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