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Senador pede abertura de capital da Embrapa

Governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, continuaria sendo o acionista majoritário

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) apresentou no Senado Federal um projeto de lei que transforma a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em uma empresa de capital aberto. Pela proposta, o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, continuaria sendo o acionista majoritário e o restante das ações seria negociado na bolsa de valores. O senador argumenta que a empresa precisa de investimentos privados para a manutenção de sua estrutura e para novas pesquisas e desenvolvimento de tecnologia. Ao justificar sua proposta, Delcídio disse, em discurso no Senado, que a empresa vem passando por um período de dificuldade orçamentária nos últimos cinco anos e que projetos de extrema relevância têm sido prejudicados por falta de recursos. De acordo com as informações do Senador, a Embrapa consome 70% de seu orçamento para cobrir custos de pessoal e encargos, e o restante é quase totalmente utilizado para pagar as despesas de custeio, como água, luz e telefone. Com isso, sobra pouco mais de 10% para investir em pesquisa, que é a atividade-fim da Embrapa. Segundo ele, o orçamento da Embrapa este ano é de R$ 1,07 bilhão. Para o senador, a transformação em sociedade anônima dará à Embrapa rapidez, flexibilidade e capacidade competitiva, colocando-a em igualdade de condições em relação às empresas nacionais e transnacionais que atuam na área de pesquisa. Ao apresentar o projeto de lei no Senado Federal, na última terça-feira, Delcídio disse que se inspirava nas duas maiores e mais sólidas empresas federais brasileiras: o Banco do Brasil e a Petrobras. Ele disse que a injeção de recursos privados na Embrapa vai ajudar o Brasil a se consolidar como um dos maiores produtores mundiais de alimentos. A Embrapa foi criada em abril de 1973 e desenvolve pesquisas em várias áreas como florestas, fibras, energia, alimentos, clonagem, transgênicos e nanotecnologia. A empresa também mantém acordos bilaterais de cooperação técnica com 37 países e 64 instituições, além de organismos multilaterais. A Embrapa instalou nos Estados Unidos e na França, com apoio do Banco Mundial, laboratórios para o desenvolvimento de pesquisa em tecnologia de ponta. Mais recentemente, foi instalado um laboratório na Holanda. A Embrapa também tem um escritório em Gana, na África, para transferência de tecnologia.

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