A agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou em observação negativa o rating de crédito corporativo de longo prazo AA e de curto prazo A-1 da Shell, após a multinacional anglo-holandesa ter anunciado a compra da britânica BG em um negócio que soma cerca de 47 bilhões de libras, aproximadamente US$ 69 bilhões.
De acordo com a S&P, a fusão dos dois grupos deverá ser um excelente negócio para a Shell, mas o aumento da dívida causada pelo pagamento em dinheiro de cerca de US$ 20 bilhões, provavelmente resultará em uma classificação mais baixa do rating de crédito por vários anos. A S&P colocou o rating da Shell em observação, pois reflete a visão de que a qualidade do crédito total poderá se deteriorar substancialmente e o fato da BG ser mais alavancada do que a Shell.
Por outro lado, a agência colocou o rating de longo prazo A- da BG Energy Holdings, subsidiária do BG Group, em observação "em desenvolvimento", retirando a observação negativa. A nota de curto prazo da BG, que está em A-2, foi colocada em observação positiva, indicando que a S&P poderá elevar o rating de curto prazo se houver aumento no rating de longo prazo.
A agência considera que a aquisição poderia reforçar ainda mais a posição da Shell no negócio de gás natural liquefeito (GNL) global, onde já é líder, e também poderia aumentar a produção em 20% e elevar as reservas em 25%, especialmente no Brasil. "No entanto, vemos o aumento do risco financeiro no curto prazo como um fator mais importante para classificar os ratings", disse a S&P.
A agência tem como objetivo confirmar qualquer mudança nos ratings nas próximas seis ou oito semanas.