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S&P rebaixa rating de crédito de longo prazo da Grécia

Rebaixamento de B para B- foi antecipado por causa da decisão do BC europeu de não permitir que bancos gregos usem títulos governamentais como colaterais para obter crédito e da 'ausência de acordo' para prorrogar programa de estabilidade financeira

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Por Redação
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LONDRES - A Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito de longo prazo da Grécia para B-, de B. O rating de crédito de curto prazo foi mantido inalterado em B. O rating da dívida sênior não garantida foi rebaixado para B-, de B. O rating dos commercial papers gregos foi mantido em B. Todos esses ratings foram mantidos em CreditWatch com implicações negativas. O rating de transferências e conversibilidade foi mantido inalterado em AAA.

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Segundo a S&P, sua decisão sobre os ratings da Grécia foi antecipada por causa da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de não mais permitir que os bancos gregos usem títulos governamentais da Grécia como colaterais para obter crédito e "da ausência, até agora, de um acordo para prorrogar o programa da Linha de Estabilidade Financeira Europeia para a Grécia (EFSF) para além de seu vencimento previsto, em 28 de fevereiro de 2015".

"O rebaixamento reflete nossa visão de que as restrições de liquidez que estão pesando sobre os bancos gregos e sua economia estreitaram o período durante o qual o novo governo pode chegar a um acordo sobre um programa de financiamento com seus credores oficiais, os países membros da UE, a EFSF, o BCE e o FMI. Embora o governo recentemente eleito da Grécia tenha estado no poder por menos de duas semanas, acreditamos que seus colchões limitados de liquidez e os vencimentos de dívida com credores preferenciais oficiais que estão se aproximando restringem sua flexibilidade para negociar. Em nossa opinião, o prolongamento das negociações com credores oficiais também poderá levar a uma pressão adicional sobre a estabilidade financeira, na forma de retiradas de depósitos, e, no pior dos casos, a imposição de controles de capital e uma perda de acesso ao financiamento por parte dos provedores de crédito de último recurso, resultando, potencialmente, na exclusão da Grécia da União Econômica e Monetária", diz a nota da S&P.

Novo primeiro-ministro grego, AlexisTsipras,pretende relançar o crescimento com a revalorização do salário mínimo, dentre outras medidas Foto: Reprodução

O texto acrescenta que "sobre essa questão, a decisão de 4 de fevereiro do BCE, de suspender a permissão para a elegibilidade de bônus do governo ou garantidos pelo governo da Grécia nas operações do Eurosistema transferiu a responsabilidade de provedor de crédito de último recurso do BCE para o Banco da Grécia". "Temos a expectativa de que o BCE corte a provisão de liquidez para o sistema bancário grego (e, portanto, para sua economia) se a extensão técnica de dois meses do programa do EFSF não foi prorrogada para além de sua data de vencimento, em 28 de fevereiro", prossegue a nota.

Segundo a agência, "no comunicado à imprensa no qual anunciou a suspensão da elegibilidade de colaterais gregos, o BCE disse que 'atualmente não é possível assumir como premissa a conclusão bem sucedida da revisão do programa'. Vemos essas incertezas relacionadas à provisão de liquidez para os bancos gregos como potencialmente exacerbando as retiradas de depósitos, deprimindo o investimento e enfraquecendo a arrecadação de impostos, que já estão deteriorando o perfil econômico e fiscal da Grécia".

A S&P disse que espera resolver o status de CreditWatch dos ratings até 13 de março. / FONTE: DOW JONES NEWSWIRES

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