28 de março de 2009 | 17h14
"Até o momento o impacto sobre o risco-país é muito pequeno... porque nós não olhamos apenas para os números e tentamos não ser cíclicos. Tentamos olhar através do ciclo", disse em entrevista à Reuters o analista de crédito de países na Standard & Poor's, Joydeep Mukherji.
"Se essa deterioração piorar ou surgirem mais surpresas negativas, no estilo do Lehman Brothers para os Estados Unidos, isso poderá certamente ter um impacto nas avaliações", disse ele, à margem do encontro anual do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento.
A agência de avaliação de risco divulgou no dia 2 de março estimativa de crescimento de 0,7 por cento para a América Latina. No entanto, em menos de um mês esses indicadores se deterioraram.
Mukherji disse que a região ainda vai crescer, mas entre zero e 0,7 por cento em 2009.
A S&P prevê que o PIB do Brasil caia "levemente" da estimativa atual de 1,2 por cento de expansão este ano e o da Colômbia fique entre 1 e 2 por cento.
O crescimento no Peru, uma das mais fortes economias da região, agora pode ficar entre 3 e 4 por cento, uma queda em relação à estimativa anterior de 5 por cento.
"A Venezuela definitivamente vai cair", disse Richard Francis, analista de risco de crédito da S&P.
A S&P disse que a redução na previsão de crescimento é resultado dos dados sombrios do quarto trimestre em todo o mundo.
"Os números de todos estão piores no mundo inteiro, mas o tipo de pilar em que se baseou o risco-país nos últimos anos, e que resultou em classificações melhores por toda a América Latina, esses pilares ainda permanecem e atualmente estão de fato aguentando a pressão", disse Mukherji.
Ele se referia em grande parte às grandes economias da região, incluindo México, Brasil, Peru, Colômbia, Chile e países menores, como o Uruguai.
Encontrou algum erro? Entre em contato