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S&P: uso do PPI pode não atrasar grau de investimento

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

A diretora de ratings soberanos da agência de classificação de risco Standard & Poor''s e analista para o Brasil, Lisa Schineller, afirmou em entrevista à Agência Estado que a intenção do governo de utilizar o Projeto Piloto de Investimentos (PPI) para compensar em parte a perda de redução de R$ 40 bilhões das receitas da CPMF não significa que tal decisão vai necessariamente adiar o processo de concessão do status "grau de investimento" para o País. Muitos analistas nacionais e internacionais acreditam que a S&P será a primeira agência global a conceder tal nota ao Brasil, o que poderia ocorrer, segundo eles, até o começo do segundo semestre deste ano. "Uma pequena redução do superávit primário provocada pontualmente pelo emprego dos recursos em investimentos como estão previstos no PPI pode gerar um impacto neutro nas contas públicas no longo prazo", comentou Lisa, que está em férias. "Uma queda marginal do superávit pode ser compensada por outras medidas estruturais relevantes, como, por exemplo, a continuidade do fortalecimento das contas externas, a manutenção da política monetária austera para combater a inflação e a adoção da reforma tributária." O PPI determina que o governo poderá utilizar até 0,45% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimentos neste ano, o que seria equivalente a R$ 13,8 bilhões. Na prática, isso poderia representar uma redução do superávit primário da meta de 3,8% para 3,35% do PIB em 2008. Contudo, Lisa não avalia, a priori, que tal intenção do governo é um fator que deve ser interpretado como negativo. "É preciso verificar ao longo do ano como os recursos do PPI serão implementados. Pode ser que a dinâmica da economia ao final de 2008 mostre que ocorreu eventualmente apenas uma queda suave do superávit primário, o que não vai abalar a velocidade da redução da dívida pública em relação ao PIB", comentou.

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