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Serra admite gravidade da crise, mas diz que SP está preparado

Governador considerou preocupantes os números do desemprego divulgados pelo Ministério do Trabalho

Por Carolina Freitas
Atualização:

O governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 20,ter previsto a chegada da crise econômica mundial no Brasil e garantiu ter preparado as finanças paulistas para o baque da atual onda de demissões. Apesar de confiar no efeito anticrise da manutenção dos investimentos governamentais e negar medidas emergenciais para conter a desaceleração econômica, Serra considerou preocupantes os números do desemprego divulgados pelo Ministério do Trabalho. E admitiu: "Há um temporal muito grande de crise pela frente." Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Questionado sobre medidas contra o desaquecimento econômico do Estado, Serra disse ter "muita preocupação" com a situação, mas dispensou ações emergenciais. "Não é o caso. Essa crise, por nós, já estava prevista há muito tempo. Não é novidade." Além da manutenção dos investimentos, o governador destacou a importância de incentivos e oferta de crédito a pequenas e médias empresas. "São elas que geram mais empregos", justificou o tucano, depois de participar de evento da Secretaria da Educação, na capital paulista. O mercado de trabalho formal brasileiro teve, em dezembro passado, o pior desempenho desde 1992, mostram dados de ontem (19) do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As demissões superaram as contratações em 654,9 mil vagas. Para Serra, esse também era um quadro "previsível". "São preocupantes os dados do Caged. A pessoa desempregada consome menos, o que prejudica a produção", afirmou o governador. "É uma situação que, a meu ver, era previsível, mas chegou com força. O que a gente pode fazer é trabalhar." O tucano voltou a alfinetar o governo federal ao insinuar falhas na política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estamos fazendo o máximo possível (para enfrentar a crise) dentro das possibilidades limitadas do governo estadual, que não tem instrumentos de política econômica, próprios do governo federal", disse Serra, que foi derrotado por Lula nas eleições de 2002 e aspira concorrer à Presidência da República em 2010. Impostos Serra esquivou-se de entrar na discussão entre empresários e sindicalistas sobre alternativas para conter demissões. Dirigentes da CUT e da Força Sindical convocaram o governador de São Paulo a rever tributos e impostos para, em uma via, aliviar as empresas e, na outra, exigir a manutenção do emprego dos trabalhadores. "Já fizemos bastante desoneração", respondeu Serra. "A manutenção do emprego deve ser fruto da negociação entre empresas e sindicatos."

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