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Serviço orienta pacientes sobre uso de medicamentos

Íntegra Medical, que acompanha tratamentos e dá informações sobre uso de remédios, faturou R$ 12 milhões em 2011

Por CADU CALDAS
Atualização:

Ao perceberem a dificuldade que a indústria farmacêutica enfrentava para esclarecer médicos e pacientes sobre o tratamento de doenças crônicas, as empresárias Luciana Guimarães e Vanessa Vasquez encontraram uma boa oportunidade de negócio: investir em comunicação e criar uma ponte entre fabricante e usuário de medicamentos. Antes de se tornarem sócias, as amigas trabalhavam em uma distribuidora de medicamentos e foi nesse período que notaram a carência por um serviço desse tipo no mercado. Assim nasceu a Íntegra Medical, que começou com capital próprio de R$ 120 mil, em 2005, e faturou R$ 12 milhões no ano passado. A expectativa das empreendedoras é chegar a R$ 20 milhões em 2012.Por meio da internet, revistas e catálogos, a empresa fornece todas as informações relativas à doença que atinge o paciente. Investir no atendimento personalizado, tanto por telefone quanto em domicílio, é outra aposta da dupla de empreendedoras que deu certo. Assim, a Íntegra Medical reduziu para 20% o nível de evasão entre os doentes, o que Luciana considera uma vitória. "Antes esse índice era superior a 50%. O paciente começava a tomar o medicamento e quando melhorava um pouquinho parava com o remédio, achando que já estava curado. Há uma grande falta de informação e aos poucos começamos a melhorar isso", explica a empreendedora. Contratada pelas indústrias farmacêuticas, a Íntegra Medical é responsável por acompanhar de perto cada paciente e aferir a eficácia dos tratamentos. Por meio de monitoramento e pesquisas, a empresa consegue identificar efeitos colaterais e quais as dúvidas dos pacientes sobre a rotina de uso de cada medicamento. Essas informações, por outro lado, ajudam a empresa que atua no segmento a tomar decisões estratégicas. Para Fernando Serra, diretor acadêmico da HSM Educação, a empresa de Luciana e Vanessa mostra que a indústria da saúde está em transformação. "Isso vai trazer novas formas de fazer negócio, não apenas no setor farmacêutico, mas também no de equipamentos hospitalares e até mesmo nos planos de saúde", analisa o especialista. Conforme explica Serra, antigamente algumas empresas farmacêuticas tinham setores responsáveis por essa orientação do uso de medicamentos aos pacientes, mas atualmente elas preferem buscar parcerias nesse tipo de serviço. "Esse nicho de mercado encontrado pela Íntegra Medical tende a crescer cada vez mais. "É bom para todo mundo. O paciente recebe mais atenção e a indústria farmacêutica economiza ao enxugar sua estrutura e fidelizar o cliente."Hoje, mais de 150 colaboradores atuam na empresa de Luciana e Vanessa, sendo 110 na capital paulista e outros 40 espalhados por outras cidades do Brasil. A equipe é composta por profissionais de diversas áreas: medicina, enfermagem, fonoaudiologia, psicologia, entre outros. Ao todo, o negócio oferece 30 programas diferentes para 100 mil pacientes em todo o País. "Atendemos pessoas de todas as idades e damos atenção até mesmo para doenças consideradas bastante raras. Priorizamos o aspecto humano", explica Luciana Guimarães.Planos. Para o futuro, a dupla de empreendedoras reserva planos ambiciosos e pretende ampliar sua atuação. A próxima parada é Portugal. "Essa carência de informação não acontece apenas aqui no Brasil, é uma demanda global. Como vários dos nossos clientes são multinacionais foi muito fácil perceber isso", explica Luciana, que há dois anos pesquisa o mercado português. A empresa só não desembarcou em Portugal por conta da crise financeira europeia. "Por enquanto vamos concentrar as energias no Brasil", analisa a empreendedora.

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