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Serviços perdem força e ficam praticamente estáveis em maio

Volume de serviços registrou alta de 0,1% em maio sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

SÃO PAULO- O setor de serviços brasileiro reduziu com força o ritmo de crescimento em maio, ficando praticamente estável e abaixo do esperado, em meio à intensa crise política que afeta o governo do presidente Michel Temer.

O volume de serviços registrou alta de 0,1% em maio sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, após ter avançado 1% em abril. Sobre maio de 2016, o volume de serviços teve queda de 1,9%. Entretanto, essa foi o menor recuo desde abril de 2015.

Principal empregador do País, segmento de serviços encolheu em 2,4% sua receita operacional no período de 2015 Foto: Estadão

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Embora o volume prestado de serviços tenha registrado o segundo resultado positivo consecutivo em maio ante abril, ainda não há uma trajetória de recuperação no setor, afirmou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. 

"O setor de serviços vinha desde outubro de 2016 apresentando um quadro que parecia de recuperação. Mas a queda de março (-2,6%) interrompeu essa trajetória", avaliou Saldanha. "O setor de serviços ficou praticamente estável em relação a abril", completou.+ Com gestão a distância, incipiente no País, empresas ganham mais independência

A taxa acumulada pelos serviços em 12 meses passou de um recuo de 5,0% em abril para uma queda de 4,7%. No entanto, Saldanha alerta que é preciso aguardar novas informações para ter certeza de que há uma desaceleração no ritmo de perdas.

"A taxa (em 12 meses) se estabilizou desde junho de 2016. Não podemos afirmar ainda que é uma recuperação, porque (maio) é um ponto só. Na medida em que essa curva se mostrar de uma forma crescente, aí sim a gente pode afirmar que tem um processo de recuperação em curso. Por enquanto não tem recuperação", afirmou Saldanha. + Relator do novo Refis prevê perdão de dívida de entidades religiosas

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Segundo o IBGE, o destaque no mês foram Outros Serviços, com aumento de 6,2%, seguidos pela alta de 2,4% de Serviços profissionais, administrativos e complementares.

Na outra ponta, os setores de Serviços de informação e comunicação e o de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, terminaram maio com quedas respectivamente de 0,3 e 0,2%.

Já o agregado especial das atividades turísticas teve retração de 2,6% na comparação mensal, segunda queda seguida.

O setor de serviços está sofrendo com a elevada taxa de desemprego, que afeta diretamente a renda da população, mesmo com o cenário de inflação cada vez mais fraca e juros em queda.

O cenário macroecônomico também foi afetado, a partir de meados de maio, pela forte crise política desencadeada após delações de executivos do grupo J&F que levaram à denúncia por crime de corrupção passiva contra Temer./ COM INFORMAÇÕES REUTERS

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