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Setor agrário argentino inicia nova paralisação

Por CÉSAR ILLIANO
Atualização:

O setor agropecuário argentino iniciou na quarta-feira sua terceira paralisação contra o governo em mais de dois meses, ampliando o conflito que esgotou a população e despertou incertezas porque não há previsão de diálogo. O ato realizado no domingo pelos produtores, no qual a presidente Cristina Fernández de Kirchner foi atacada, acabou por enterrar as negociações com o governo sobre um polêmico esquema de impostos às exportações de grãos que irritou os produtores. Depois disso, o governo cancelou uma reunião prevista para segunda-feira com a cúpula das quatro entidades rurais envolvidas e, um dia depois, o setor anunciou uma nova paralisação que pode afetar as vendas externas de um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. O novo protesto implica na suspensão da compra e venda de grãos a partir da 0 hora de quinta-feira. Os mercados globais de matérias-primas acompanham o conflito na Argentina, que segundo analistas vai gerar um aumento nas reservas globais de soja. O conflito começou em março, quando o então ministro da Economia Martín Lousteau --que acabou renunciando em meio à disputa com o setor agrário-- anunciou uma mudança nos impostos sobre as vendas externas de grãos, o que implicou em um aumento na pressão fiscal sobre a soja, o principal cultivo do país. Várias pesquisas mostram que a população está cansada da disputa e critica a presidente por não agir com "grandeza" e buscar um acordo que evite novos desabastecimentos ou atos de violência. A popularidade dela caiu 10 pontos percentuais em maio.

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