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Setor de carros fechou mais de 20 mil vagas

Demissões foram acompanhadas de uma queda de 19,2% nas vendas de veículos em relação ao mesmo período de 2014

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 De janeiro a abril as montadoras – tradicionais empregadoras de mão de obra qualificada –, fabricantes de autopeças e revendas demitiram mais de 20 mil funcionários, após uma redução de 19,2% nas vendas de veículos em relação ao mesmo período de 2014.

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Além da crise econômica, o setor passa por uma reestruturação que, na opinião de especialistas, vai continuar mesmo que a economia volte a crescer a partir do segundo semestre. “É uma loucura achar que podemos absorver toda a capacidade instalada das montadoras de modo prolongado”, diz Cláudio Dedecca, professor do Instituto de Economia (IE) da Unicamp.

Segundo estudo da Tendências Consultoria, com as novas fábricas de automóveis que estão sendo inauguradas este ano, a capacidade anual conjunta das montadoras deve chegar a 5,6 milhões de veículos. A demanda prevista para este ano é de no máximo 3 milhões de unidades. De acordo com a Tendências, há excesso de capacidade e que as fábricas vão ficar ociosas. A expectativa é que o setor opere com 53% de sua capacidade instalada neste ano.

“Fomos irresponsáveis (enquanto País) em permitir que ficássemos prisioneiros da produção de automóveis ao invés de termos investido em metrô, em transporte coletivo e de carga”, afirma Dedecca.

Além de já ter reduzido seu quadro de pessoal em 4,9 mil postos este ano, as montadoras têm 4,7 mil trabalhadores em lay-off (contratos suspensos por cinco meses ou mais).

As concessionárias cortaram 12 mil postos neste ano e fecharam 250 lojas. As fabricantes de autopeças não têm dados oficiais, mas fontes do setor calculam que ocorreram cerca de 3,7 mil dispensas no primeiro trimestre.

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