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Setor de crédito está ativo no País, afirma Febraban

Para Fábio Barbosa, presidente da Federação, mercado vai acomodar, aos poucos, a nova demanda

Por Leandro Mode e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O setor de crédito está ativo no País e as medidas adotadas pelo governo ajudaram os bancos. A avaliação é do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa. Segundo ele, alguns setores foram mais afetados que outros, mas, aos poucos, o mercado vai acomodar a nova demanda. Para isso, porém, seria importante que os mercados internacionais tivessem uma retomada de recursos. Veja também: Juro ao consumidor sobe para perto de 60% ao ano Novas operações de crédito têm queda de 3% em outubro Alta no estoque de crédito surpreende, mas crise já aparece De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise  Leia a íntegra da entrevista: Apesar de toda a reclamação, o estoque de crédito cresceu 3% em outubro. Como avalia esse número? É positivo. O setor financeiro continuou atuando no crédito em outubro e, segundo os dados do Banco Central, no início de novembro também. O setor financeiro não paralisou, como em alguns momentos se pensou. Vale ressaltar que as liberações dos depósitos compulsórios pelo BC ajudaram os bancos a poder continuar emprestando. O setor está ativo: houve crescimento no mês, no ano e nos primeiros dias de novembro. Por que toda essa chiadeira, então? As estatísticas mostram crescimento, mas a sensação é de que falta dinheiro. Isso ocorre porque houve uma paralisação no mercado internacional e no mercado de capitais. Como as empresas brasileiras não puderam mais buscar financiamentos nessas fontes, vieram para o mercado de crédito em reais. Houve, portanto, um congestionamento, pois não deu para atender a todos. A demanda cresceu de uma hora para a outra. Criou-se, então, uma situação meio paradoxal, na qual havia a sensação de que o dinheiro não circulava. Ainda temos gargalos aqui e ali, mas a tendência é uma volta à rotina mais normal. Ainda há gargalos? O relatório do BC mostra os números médios, mas alguns setores foram mais afetados do que outros. Há problemas pontuais aqui e ali, mas o mercado, aos poucos, vai acomodando essa nova demanda. Conseguirá mesmo acomodá-la? Deverá acomodar. Mas seria importante que os mercados internacionais tivessem uma retomada. A questão, aqui, é que o mercado brasileiro trabalha com prazos mais curtos. Portanto, é importante, especialmente para os prazos mais longos, que lá fora volte a funcionar. O crédito cresceu, mas também ficou mais caro. Por quê? Em primeiro lugar, porque o cenário ficou mais incerto. Ficou mais difícil dar preço às operações. Além disso, não se sabe como a economia vai se comportar. O segundo fator está ligado à demanda, que ficou pressionada. O custo subiu por uma questão de oferta e demanda. Quais as perspectivas? É arriscado fazer qualquer prognóstico, em razão da alta volatilidade. Em todo o caso, o que vemos é que a situação nos mercados está se acomodando. Em novembro, continua a haver crescimento do crédito. Como os bancos estão se adaptando a esse cenário? Não se expondo indevidamente a riscos. Esse comportamento dos bancos explica por que a turbulência não tem sido tão forte aqui. É o momento de não perder a cabeça, de mantermos essa trilha. Temos visto, por exemplo, anúncios de bancos para captar recursos via CDBs (Certificados de Depósitos Bancários). Como encara as críticas de integrantes do governo aos bancos? Repito aqui uma frase que tenho dito: se o problema dos bancos fosse de má vontade, a solução seria fácil. Temos procurado ser parceiros do governo. Temos buscado o diálogo com entidades como a Anfavea para encontrar soluções que atendam a todos os objetivos.

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