
18 de março de 2020 | 15h01
BRASÍLIA - Associações de hotéis, resorts e entretenimento alegam “risco real” de fechar várias empresas e demissões devido ao avanço do novo coronavírus e pedem socorro financeiro ao governo Jair Bolsonaro. O Estadão/Broadcast apurou que a principal demanda das entidades é que o governo cubra 100% da folha salarial de seus funcionários por três meses.
Segundo as entidades, estão sendo cancelados de 75% a 100% dos eventos de hospedagens corporativas e de lazer. A pandemia ainda derrubou a visitação de parques, afirma nota enviada ao governo na segunda-feira, 16.
“A situação é caótica e em um espaço curtíssimo de tempo, o setor de turismo estará irremediavelmente comprometido, sob pena de suprimir da economia R$ 31,3 bilhões de reais e quatrocentos mil postos de trabalhos diretos”, afirma o documento.
As empresas dizem que “não vão suportar o impacto financeiro” caso não haja intervenção do governo federal. “Ressaltamos que não se trata de prejuízo pontual e imediato, mas sim da desarticulação e falência da cadeia turística nacional que poderá causar consequências permanentes para a economia do país.”
Assinam a nota (reproduzida no final deste texto) as principais entidades do setor. “A Medida Provisória anunciada nesta terça-feira (16) [sic] pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não representa uma solução para o setor mais duramente afetado por esta crise”, dizem as entidades, referindo-se às propostas do ministro para injetar R$ 147,3 bilhões na economia.
Abaixo, carta enviada ao governo federal:
"CARTA ABERTA AO GOVERNO FEDERAL
Os setores de hotéis, parques e entretenimento estão em ESTADO DE EMERGÊNCIA. A pandemia do Coronavírus trouxe o risco real de fechamento de várias empresas. As associações hoteleiras e de parques do Brasil, Resorts Brasil, ABIH, FOHB, FBHA, BLTA, Sindepat, Adibra e Unedestinos, responsáveis por mais de um milhão de empregos diretos e indiretos não vão suportar o impacto financeiro caso não haja uma intervenção do governo federal para garantir a continuidade das empresas e a manutenção dos empregos de seus colaboradores.
A Medida Provisória anunciada nesta terça-feira (16) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não representa uma solução para o setor mais duramente afetado por esta crise.
Os índices de cancelamento de eventos, de hospedagens corporativas e de lazer estão na ordem de 75%-100%, além de acentuada queda na visitação dos parques, colocam em xeque a sobrevivência destes empreendimentos no país. A situação é caótica e em um espaço curtíssimo de tempo, o setor de turismo estará irremediavelmente comprometido, sob pena de suprimir da economia R$ 31,3 bilhões de reais e quatrocentos mil postos de trabalhos diretos.
Ressaltamos que não se trata de prejuízo pontual e imediato, mas sim da desarticulação e falência da cadeia turística nacional que poderá causar consequências permanentes para a economia do país.
Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts)
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH)
Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)
Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)
Brazilian Luxury Travel Association (BLTA)
Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (SINDEPAT)
Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (ADIBRA)
União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos (UNEDESTINOS)"
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