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Setor de infra-estrutura recebe nova fonte de financiamentos

O Infra-Brasil deve começar com recursos de aproximadamente R$ 600 milhões, mas tem potencial de atingir a marca de R$ 1 bilhão

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos maiores problemas estruturais enfrentados pela economia brasileira, o setor de infra-estrutura, vai receber uma nova fonte de financiamentos. Os três principais fundos de pensão de empresas estatais - Petros (ligado à Petrobras), Previ (ligado ao Banco do Brasil) e Funcef (ligado à Caixa) - e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciam nesta quarta-feira o lançamento do fundo de investimentos em infra-estrutura, Infra-Brasil, que, segundo fontes envolvidas na operação, deve começar com recursos de aproximadamente R$ 600 milhões, mas que tem potencial de atingir a marca de R$ 1 bilhão. O evento de lançamento será realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e contará com a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governo tem muito interesse no projeto porque avalia que investimentos em infra-estrutura são necessários para alavancar o ritmo de crescimento da economia. Nesse sentido, além do apoio ao projeto, o governo estuda novas fontes de recursos para o setor, entre elas estaria o uso de parte do Patrimônio Líquido do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em infra-estrutura. O patrimônio líquido do FGTS é estimado em cerca de R$ 20 bilhões. Atualmente, os recursos são aplicados em títulos públicos. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, disse ao Estado que se encontrou na última segunda-feira com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para tratar da utilização do FGTS para investimentos em infra-estrutura. Segundo ele, não há uma previsão de quando a medida deverá ser adotada ou se de fato o será. Godoy explicou que a intenção é permitir que os recursos do patrimônio líquido sejam aplicados diretamente em empreendimentos ou em fundos, como no caso do Infra-Brasil, que será gerenciado pelo banco ABN Amro. "Os investidores compram participações em projetos, fundos, ou compram debêntures (títulos de dívida privada) emitidos pelos próprios projetos", explicou o executivo, acrescentando que a utilização dos recursos do FGTS exigirá cuidado redobrado, por se tratar de um patrimônio dos trabalhadores. Para o representante do setor, a criação de fundos como este é importante para alavancar os investimentos. Segundo ele, existem, incluindo o Infra-Brasil, cerca de cinco fundos nessa área, com cerca de R$ 3 bilhões disponíveis para o setor. Para estimular ainda mais esse segmento, ele defende uma política tributária diferenciada para os fundos, com isenção de Imposto de Renda para quem investir neles.

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