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Setor de moda reforça parcerias e caminha rumo à Bolsa

Por Lorena Vieira
Atualização:

O movimento de empresas do segmento de vestuário em busca de recursos cresce como forma de obter ganho de competitividade e conseguir um melhor posicionamento no mercado internacional. Inicialmente, a tendência é que as associações entre empresas e a compra de participação pelos fundos de investimentos se intensifiquem. Nessa trajetória, o lançamento de ações é um caminho atraente para holdings da área, embora não esteja, ainda, entre as opções de curto prazo, na avaliação de profissionais do setor. O bom nível de profissionalização do segmento, atualmente, é o que abre oportunidades para a proliferação de parcerias. Nesta primeira fase, a formação de associações de várias marcas é importante para que as empresas reduzam custo de produção e, conseqüentemente, aumentem a lucratividade, destaca o presidente Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), Sylvio Mandel. "Eles vão ter poderio de compra grande e melhores oportunidades para trazer produtos de fora". Na avaliação do consultor de negócios internacionais da Trevisan Consultoria e professor do curso de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios, Olavo Henrique Furtado, há condições para a ampliação de parcerias e uniões no setor, com vistas a passos mais largos de atuação. Além da criatividade, afirma, há possibilidade de investimentos e a viabilidade de entrada em mercados internacionais. "Existe demanda pela ampliação desses negócios", afirma. Alguns dos desafios enfrentados pelo segmento favorecem o movimento de associação e entradas de investidores. De acordo com Mandel, da Abeim, uma das dificuldades é manter valorizada e em evidência uma grife. "Essas marcas poderiam ser alvo de fundos", avalia. Assim, num guarda-chuva, seria possível criar nichos de atuação e formatos de lojas para cada uma, e, ao mesmo tempo, garantir um melhor gerenciamento dessas lojas. Segundo ele, muitas delas, sozinhas, não estão conseguindo enfrentar a concorrência das marcas internacionais. Isso não somente em razão das importações, mas também pelas compras realizadas por consumidores em viagens mais acessíveis ao exterior. Pujança Mandel destaca que a opção por injeção de recursos, a exemplo de parcerias com fundos de investimentos, serve para que um proprietário de uma marca tenha capacidade de ampliar o número de lojas sem precisar criar franquias, modelo comum no segmento. "A administração torna-se mais fácil", diz. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, o movimento de associação entre marcas e a formação de holdings de moda deverão contribuir para o desenvolvimento da área. "Se há também intenções de abertura de capital, isso mostra a pujança do setor", afirma. De acordo com ele, a possibilidade de o grupo de gestão de marcas IM (Identidade Moda), holding que agrega grifes como Zoomp e Zapping, iniciar operação na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) futuramente servirá como sinalização para a ocorrência de eventos semelhantes na área. Furtado, da Trevisan, ressalta que muitos grupos europeus do segmento possuem capital aberto. "O investidor deve ficar de olho nesse setor", aponta, sem esperar, porém, uma explosão de IPOs (abertura de capital, na sigla em inglês) na área.

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