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Setor de serviços perde fôlego com queda da renda e alta da inflação

Receita nominal de serviços acumula alta de 4,3% em 12 meses até abril, o pior resultado da série do IBGE, iniciada em janeiro de 2013

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A dinâmica do setor de serviços acompanha as demandas da indústria, do comércio e da agricultura. Diante da conjuntura desfavorável e da desaceleração de economia, os serviços também têm mostrado pouco fôlego, avaliou nesta quinta-feira Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

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"Como a economia está desacelerando, os serviços se situam num patamar abaixo de anos anteriores. Claramente o setor está em tendência de queda quando comparado a 2014", disse Juliana.

Até abril deste ano, a receita nominal de serviços acumula alta de 4,3% em 12 meses. Trata-se do pior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2013 neste tipo de confronto. Essa taxa vem em declínio desde março de 2014, quando estava em 8,7%. 

E os brasileiros parecem ter puxado ainda mais o freio do consumo neste inicio de 2015, o que afetou diretamente os serviços prestados às famílias. Com isso, a receita deste segmento subiu 1,2% em abril ante igual mês do ano passado, o pior desempenho da série iniciada em 2012. 

A queda na renda e o aumento dos preços são desestímulos ao consumo desses serviços, segundo Juliana. "Os serviços prestados às famílias estão muito abaixo de seu patamar normal, influenciado pela renda", disse Juliana. 

Ela lembrou que a massa de rendimento real habitual dos trabalhadores encolheu 3,8% em abril ante abril do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, que avalia as condições do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País.

Os custos cada vez mais elevados com alimentação fora do domicílio também desencorajam o consumo. O item subiu 10,5% em 12 meses até abril, contra 8,2% da inflação média oficial. "Com restrição orçamentária e período de incertezas, pessoas tendem a cortar idas a restaurantes, por exemplo. Então, esse setor (de serviços prestados às famílias) sofreu mais, por conta dos preços maiores e da renda caindo", afirmou a gerente.

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Em 12 meses até abril, a receita nominal dos serviços prestados às famílias sobe 7,0%, também o menor desempenho da série, iniciada em 2013 neste tipo de comparação. Em dezembro do ano passado, essa taxa era de 9,2%. "Pode ser que agora as famílias tenham puxado mais o freio no consumo de serviços que não são essenciais para seu dia a dia", analisou Juliana.

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