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Setor de transportes defende investimentos em infra-estrutura

Por Agencia Estado
Atualização:

A diretoria da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) quer do próximo governo ações mais incisivas e maiores investimentos em infra-estrutura, fortemente prejudicado pelos cortes orçamentários e pelo ajuste fiscal. De acordo com o presidente de honra da entidade, Thiers Fattori Costa, a solução dos problemas enfrentados pelo segmento de carga depende do poder público. "Os políticos precisam entender que o transporte é fundamental para o progresso do País", afirmou o empresário, durante a cerimônia de apresentação do estudo realizado em parecia com a COPPEAD/UFRJ. Segundo a entidade, a falta de regulamentação e fiscalização no setor de carga está fazendo proliferarem transportadores autônomos, que fazem o preço do frete cair, a frota envelhecer, as condições de trabalho e manutenção dos veículos piorarem e, em conseqüência, os acidentes aumentarem. Pelos dados da CNT, o frete rodoviário está quase 30% abaixo dos custos. Além disso, a pesquisa indica que 78% da malha rodoviária brasileira está em condição péssima, ruim ou deficiente - índice bem maior do que o divulgado pelo Ministério dos Transportes. Comparando com os Estados Unidos, a CNT mostra que o volume investido pelo Brasil por quilômetro de estrada era 10 vezes menor entre 1991 e 1996. Segundo o professor Paulo Fleury, da UFRJ, o processo de concessões das ferrovias e rodovias abriu uma perspectiva de novos investimentos no setor, mas o custo do capital está muito elevado para ser sustentado apenas pelo setor privado enquanto a taxa de juros não cair. Ele defende que o governo tenha um papel mais ativo, aproveitando os recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), arrecadada sobre os combustíveis. Outro problema grave apontado pelo estudo é a falta de alternativas ao modal rodoviário, que hoje é duas vezes maior do que o modal ferroviário e hidroviário. A malha ferroviária brasileira, por exemplo, além de ser 10 vezes menor do que a americana, tem recebido uma carga de investimento três vezes menor por quilômetro. A infra-estrutura hidroviária, por outro lado, só recebeu a insignificante quantia de R$ 69 milhões entre 1996 e 2002, apesar de o Programa Brasil em Ação prever R$ 317 milhões.

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