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Setor de trigo pede isenção de imposto para conter preço

Por Jane Miklasevicius
Atualização:

As indústrias de processamento de trigo e derivados pedem ao governo a retirada de vários impostos a fim de conter a alta nos preços da farinha de trigo e, por conseqüência, do pão, das massas e dos biscoitos. Reunidos hoje em São Paulo, representantes das associações brasileiras das Indústrias do Trigo (Abitrigo), da Panificação e Confeitaria (Abip), de Massas Alimentícias (Abima) e de Biscoito (Anib) apresentaram uma lista de reivindicações, entre elas a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para importação de trigo de fora do Mercosul; a suspensão temporária da incidência da alíquota de 25% sobre o frete marítimo para o Fundo da Marinha Mercante; a isenção de PIS/Cofins, de 7%, e a desoneração do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre trigo e derivados, cuja taxação em alguns Estados chega a 36%. Desde o início do ano, o preço do trigo em grão importado da Argentina subiu 53,44%, o que levou a um reajuste de 23% no preço da farinha. O pão francês aumentou 20% só no primeiro trimestre e, em abril, mais 12% devem ser repassados ao preço, segundo a Abip. Como o trigo deve continuar em alta até junho, quando chega ao mercado a safra do Hemisfério Norte, novos ajustes poderão ser feitos a partir de maio, disse o presidente da Abip, Alexandre Pereira Silva. "Por isso pedimos ao governo a retirada desses impostos." O Brasil é importador de trigo em 70% de suas necessidades e até o ano passado comprava da Argentina mais de 80% do volume total. O país vizinho, porém, suspendeu as exportações do cereal em dezembro passado, para assegurar o abastecimento interno e, desde então, já adiou por quatro vezes a retomada das vendas. A pedido da indústria moageira, o governo brasileiro liberou em fevereiro a importação de 1 milhão de toneladas de trigo de outros países, sem incidência de TEC.

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