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‘Setor de viagens corporativas vai levar 5 anos para se recuperar’, afirma presidente da Abracorp

Para o executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), a vacinação contra covid-19 será 'a principal mola para a recuperação acontecer' no setor

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Por Felipe Siqueira
Atualização:

Um dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19 foi o de viagens, incluindo aviação e hotelaria. Mas não foram só os destinos de lazer que sofreram com as medidas de isolamento. O setor de viagens corporativas, que integra vários serviços, incluindo a realização de eventos, ficou quase paralisado e agora tenta se recuperar. Mas, segundo Gervásio Tanabe, presidente executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), será um processo longo.

Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp. Foto: Abracorp/Divulgação

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Em quanto tempo o prejuízo que o setor teve durante a pandemia deve ser revertido?

Nós trabalhamos com um prazo, seguro, de 5 anos para a recuperação do setor. A grande maioria das agências ficou no vermelho e, em 2021, ainda temos algumas assim. Todas terão de liquidar dívidas, recuperar o prejuízo. Não temos um dado concreto. Pode ser que tenhamos uma bolha gigante de crescimento de mercado e que faça tudo isso ser mais rápido – é o que queremos. Mas 5 anos é o prazo mais seguro.

O avanço da vacinação no Brasil e no mundo é a grande virada para o setor ou outra ação pode ser adotada?

A vacinação é a principal mola para a recuperação acontecer. E é importante o certificado de vacinação. Há opiniões diferentes sobre isso, mas é uma forma de comprovar a imunização. Isso tranquiliza o cliente para fazer a viagem.

Com o ritmo de vacinação que temos hoje no Brasil e no mundo, os resultados já estão começando a aparecer?

No último trimestre de 2021, o resultado será bem melhor do que foi em 2020. Hoje, atuamos com cerca de 40% do volume que tínhamos em 2019, pré-pandemia. Com a ampliação da vacinação, acreditamos que o 4.º trimestre deverá ter um resultado perto de 65% do que tivemos em 2019. O que ainda afeta o crescimento? Nós não temos mercado internacional ativo ainda. O mercado internacional chega a representar 40% do volume de negócios das 25 agências associadas à Abracorp. 

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Como as agências estão atuando para estimular as viagens corporativas?

Ainda é o início, mas a tendência é avançar. Quando recebemos demanda, perguntamos se o cliente não quer também fazer algo voltado para o lazer, o que chamamos de “bleisure” (mistura de business – negócios e leisure – lazer, em inglês). Não é uma tônica, mas esse tipo de apelo de negócios está começando a acontecer e está aumentando. As pessoas ficaram tanto tempo em casa que, quando puderem, vão querer viajar e levar a família. Queremos que isso se torne normal. 

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