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Setor elétrico rejeita nomes indicados por Dilma para CCEE

Por Karla Mendes e BRASÍLIA
Atualização:

Agentes privados do setor elétrico não querem ingerência do governo no setor. O recado foi dado ontem, quando as empresas votaram contra a prorrogação dos mandatos do presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Antonio Carlos Fraga Machado, e da conselheira Élbia Melo, sugerida em decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Os mandatos dos dois expiravam ontem e o decreto permitia a prorrogação por 30 dias, mas a assembleia dos agentes da CCEE rejeitou a proposta. "Foi uma baita derrota política para a Dilma", afirmou uma fonte do setor ao Estado. Para a vaga de Élbia, que ocupa um posto de indicação do mercado, foi eleito Ricardo Lima, ex-presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais (Abrace). Essa foi outra derrota para o governo que, por meio da Eletrobras, apoiou o nome de José Roberto Chaves, funcionário aposentado da Duke Energy. Também estava no páreo Dimas Costa, funcionário de carreira da Cemig, que, segundo a fonte, seria o indicado "natural" do presidente da Eletrobras, José da Costa, que trabalhou na Cemig durante anos. Porém, como a Cemig é ligada diretamente ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), apoiar Dimas não soaria bem.Diante da rejeição da recondução de Machado para a presidência da CCEE por 30 dias, Luiz Fernando Amaro Couto da Silva, conselheiro mais antigo do órgão, assume interinamente o posto até a eleição do presidente em nova assembleia. Segundo a fonte, o nome praticamente "unânime" para ocupar o posto é Luiz Eduardo Barata, atual superintendente da CCEE. Outra derrota do Planalto, segundo a mesma fonte, seria o recuo, pelo menos por enquanto, de um decreto que aumentaria seu poder na CCEE, depois das repercussões negativas da minuta divulgada com exclusividade pela Agência Estado no último dia 14.Inadimplência. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a abertura de audiência pública para instituir novas normas para estancar o problema do aumento de inadimplência na CCEE em decorrência do atraso da entrada em operação de termelétricas, sobretudo do Grupo Bertin. As novas regras podem reduzir em até 70% a inadimplência na CCEE, disse ao Estado o diretor da Aneel, Edvaldo Santa, relator da matéria. "Se for só daqui para a frente, reduzirá em um terço da inadimplência", calculou. Pelas mudanças sugeridas, os contratos de venda de energia deixam de ser registrados automaticamente na CCEE e só passam a ser contabilizados se estiverem atrelados ao lastro - contratos para garantir o suprimento de energia elétrica em casos de atraso nas usinas.EscolhaO nome preferido para ocupar o posto é do atual superintendente da CCEE, Luiz Eduardo Barata. Enquanto não há uma definição, Luiz Fernando Amaro Couto da Silva fica na presidência

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