Setor financeiro e comunidade judaica lamentam a morte do banqueiro Joseph Safra

Safra morreu nesta quinta-feira, aos 82 anos; no topo da lista dos homens mais ricos do Brasil, construiu um império com presença em 26 países e mais de R$ 1 trilhão sob gestão

Publicidade

PUBLICIDADE

Por Fernanda Guimarães
Atualização:
3 min de leitura

Presidentes dos maiores bancos do País e representantes de associações do setor financeiro lamentaram a morte do banqueiro Joseph Safra, aos 82 anos, nesta quinta-feira, 10. No topo da lista dos homens mais ricos do Brasil, Safra construiu um império com presença em 26 países e mais de R$ 1 trilhão sob gestão.

Candido Botelho Bracher, presidente do Itaú Unibanco, lembrou Safra como um empresário "dotado de grande energia, que adotou o Brasil como pátria e construiu uma das principais instituições financeiras do país". "Com o Grupo Safra, rompeu fronteiras e foi um dos pioneiros no mercado financeiro a se destacar internacionalmente. Aliou ao papel de grande empresário aquele de grande filantropo, compartilhando assim seu êxito com a sociedade", afirmou Bracher em uma nota de condolências.

Leia também

O banqueiro Joseph Safra. Foto: Janete Longo/Estadão - 9/8/2009

Para o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, "seu José", como o banqueiro era conhecido, "consolidou-se em vida como um símbolo de confiança do mercado financeiro nacional. Praticando os melhores fundamentos da atividade bancária, ao longo de toda uma vida, iniciada no Líbano, ele dedicou-se pela vocação de líder e banqueiro, tornando-se rapidamente um nome conhecido e respeitado no mercado global". Trabuco afirmou ainda que Safra destacou-se nos principais mercados do mundo como exímio gestor do patrimônio das famílias. "No Brasil, dividia o comando do Banco Safra com uma intensa atividade filantrópica e profundo amor pelas artes, sendo sempre um dos principais beneméritos da grande comunidade judaica em nosso País. Por seus méritos, amealhou fortuna, mas sua atuação em sociedade era ressaltada pela máxima elegância e discrição, aquelas qualidades que distinguem os grandes homens."

Segundo o presidente do Santander, Sergio Rial, Safra foi um homem de coragem. "Após imigrar para o Brasil, teve participação fundamental no desenvolvimento do setor bancário do País, empreendendo também em outras áreas com destemor e eficiência. Seu nome se tornou sinônimo de humildade e filantropia não só no Brasil, mas em todo o mundo. Meus sinceros sentimentos a toda a família, colaboradores e amigos, que certamente seguirão seu legado", destacou.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse, em nota, que Joseph Safra é uma figura emblemática do setor bancário, descendente de banqueiros e com visão estratégica sobre o País. "Sua contribuição para escolas, museus e instituições, não só no Brasil, quanto em outros países, é marcante. O legado de sua atuação no desenvolvimento da economia nacional ficará sempre marcado na história do Brasil, país que ele adotou 58 anos atrás."

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirmou que Joseph Safra foi "fundamental para o sistema financeiro nacional, um dos mais ilustres representantes". Em nota, a associação destacou que Safra deixa um legado "que continuará a influenciar não só aqueles que trabalharam diretamente com ele, como todos os que atuam na área financeira".

Continua após a publicidade

O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, disse que Safra, como "banqueiro, construiu um dos maiores bancos do país e ajudou a financiar etapas importantes do nosso desenvolvimento econômico"."Seu legado transborda o mercado financeiro na capacidade de aliar e realmente viver, no seu dia a dia, a visão de um negócio bem sucedido e uma profunda responsabilidade social. Seu José foi um dos primeiros e grandes filantropos do Brasil e nos mostrou que esses valores são complementares e fazem a diferença na história das empresas e das pessoas".

Comunidade judaica

A Federação Israelita do Estado de São Paulo divulgou nota lamentando a morte de Joseph Safra, a quem se referiu como "grande ativista e filantropo da comunidade judaica de paulista e da sociedade brasileira". "As tradições judaicas e o amor pelo Estado de Israel sempre o marcaram e, graças a sua generosidade, muitas entidades foram ajudadas e outras criadas por sua família a fim de transmitir este sentimento tão enraizado em seu coração."

O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, afirmou, também em nota, que “Safra teve papel muito relevante na vida econômica de nosso país e contribuiu de forma única e fundamental para as atividades e organizações da comunidade judaica brasileira e mundial". "Seu exemplo seguirá vivo como fontede inspiração e norte para todos nós. Os que tiveram a honra e a felicidade de conviver com ele sabem da grande fonte de sabedoria e inspiração que emanava de suas palavras e, principalmente, de suas ações."

O presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, Renato Ochman, disse em nota que Joseph Safra era "representante ilustre de nossa comunidade e fonte de inspiração e caráter para empresários e executivos de nosso país".

Para o presidente da Suzano, David Feffer, Safra era "um empreendedor excepcional que deixa um importante legado para a nossa sociedade e para o Brasil", disse em nota. Segundo Feffer, Safra era admirado como marido, pai, avô, amigo, líder comunitário e empresarial, e viveu uma vida pautada pela ética, competência, arrojo empresarial e generosidade filantrópica. "Sentiremos falta da sua liderança!"