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Setor imobiliário ameaça economia dos EUA, diz FMI

Fundo prevê que os EUA crescerão 3,4% este ano em termos reais, descontada a inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

A fragilidade do setor imobiliário é a principal fonte de instabilidade a curto prazo para a economia americana, segundo o relatório semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Panorama Econômico Mundial. O estudo lembra que o aumento nos preços da habitação registrado nos últimos anos tem impulsionado o consumo e o emprego, assim como os investimentos em bens de capital. Mas o mercado dá sinais de estar supervalorizado, diz o Fundo, destacando que o encarecimento das hipotecas com a alta de juros provoca uma queda da atividade no Setor. "A solicitação de empréstimos baixou fortemente, a oferta de casas no mercado está aumentando e a confiança dos construtores caiu ao nível mais baixo em 15 anos", destaca a análise apresentada em Cingapura. Se a tendência continuar, o investimento vai diminuir, com a eliminação de postos de trabalho no setor imobiliário. Apesar disso, o Fundo prevê que os EUA crescerão 3,4% este ano em termos reais, descontada a inflação, a mesma previsão anunciada em abril. Em 2007, a maior economia mundial crescerá 2,9%, 0,4 ponto a menos que o antecipado há seis meses, acresenta. A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) não foi acompanhada, no entanto, de uma redução significativa da inflação, que continua exercendo pressão de alta, devido em boa medida ao aumento dos preços da energia, disse o órgão. O Fundo acredita que podem ser necessárias mais altas de juros nos EUA. O órgão, com sede em Washington, espera que a inflação americana seja de 3,6% este ano e 2,9% em 2007, contra 3,4% em 2005. Outro assunto preocupante é o déficit em conta corrente, que pode chegar a quase 7% do PIB no próximo ano. O Fundo considera fundamental que os EUA adotem uma maior consolidação fiscal e o aumento das economias privadas, para conter os desequilíbrios globais. A consolidação fiscal deveria ser acompanhada de uma reforma do sistema de Previdência Social, assim como do programa de saúde pública para idosos,segundo o Fundo. O FMI sugere ainda maiores impostos sobre a energia, para reduzir o consumo.

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