SÃO PAULO - Liderado pelo setor privado, o número de greves realizadas no ano passado chegou a 873 - o maior desde 1996, quando houve 1.228 paralisações. Representa alta de 57,6% sobre 2011 (554) e de 95,7% ante 2010 (446).
Diferentemente de 2011, quando o setor público parou mais que o privado (325 ante 227), no ano passado foram os trabalhadores da esfera privada que mais cruzaram os braços: 461 (52,8%) contra 409 (46,8%). As demais paralisações, que completam o número total, foram feitas em conjunto pelas esferas pública e privada.
As greves de 2012 contaram com a participação de cerca de 1,8 milhão de trabalhadores, com média de 4.419 trabalhadores por paralisação. Entre as greves verificada exclusivamente na esfera privada, a maioria atingiu o setor industrial: 330 ante 131 em 2011. Em seguida, aparecem as paralisações nos serviços (123), no comércio (5) e o setor rural (3).
Na esfera privada, a principal reivindicação foi a introdução, manutenção ou melhoria de auxílio-alimentação: 39,3%. Em seguida, estão as demandas relativas à Participação nos Lucros e/ou Resultados (34,1%) e ao reajuste salarial (33%).
A demanda por reajuste salarial foi a principal reivindicação na esfera pública, respondendo por quase metade (49,1%) das paralisações. Em seguida, aparecem as reivindicações por cumprimento, elaboração e/ou implantação de Plano de Cargos e Salários (40,8%) e por piso salarial (26,2%).
Segundo o Dieese, das 533 greves (61% do total) observadas para estimar em que medida as greves foram bem-sucedidas, cerca de 75% das paralisações tiveram algum êxito no atendimento das reivindicações.
Os dados são do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Reúne informações das greves de trabalhadores realizadas no Brasil desde 1978 e conta, atualmente, com mais de 28 mil registros. As informações foram obtidas de notícias de jornais impressos ou eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical.