
28 de dezembro de 2018 | 10h55
BRASÍLIA- Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobrás e Eletrobrás) apresentou déficit primário de R$ 15,602 bilhões em novembro, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central. Este é o pior resultado para meses de novembro desde 2016, quando houve déficit de R$ 39,140 bilhões. Em outubro, havia sido registrado superávit de R$ 7,798 bilhões e, em novembro de 2017, um déficit de R$ 909,18 milhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 21,000 bilhões a superávit de R$ 3,000 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 14,788 bilhões.
O resultado fiscal de novembro foi composto por um déficit de R$ 17,073 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 2,008 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 2,431 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 423 milhões. As empresas estatais registraram déficit primário de R$ 537 milhões.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 99,447 bilhões em 12 meses até novembro, o equivalente a 1,45% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o BC. Já no acumulado de 2018 as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 67,125 bilhões.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em novembro pode ser atribuído ao rombo de R$ 105,581 bilhões do Governo Central (1,54% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 3,187 bilhões (0,05% do PIB) em 12 meses até novembro.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 3,700 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 513 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,947 bilhões no período.
Já o acumulado anual pode ser atribuído ao rombo de R$ 83,413 bilhões do Governo Central (1,34% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 12,873 bilhões (0,21% do PIB) no ano até novembro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,006 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,867 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,414 bilhões no período.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) caiu para 53,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em novembro, ante 53,6% em outubro. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,644 trilhões.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 5,284 trilhões, o que representa 77,3% do PIB. Em outubro, essa relação estava em 77,0%. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.
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