
29 de outubro de 2018 | 11h31
Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobrás e Eletrobrás) apresentou déficit primário de R$ 24,621 bilhões em setembro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. Este é o pior resultado para meses de setembro desde 2016, quando houve déficit de R$ 26,643 bilhões. Em agosto, havia sido registrado déficit de R$ 16,876 bilhões e, em setembro de 2017, um déficit de R$ 21,259 bilhões.
O déficit primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de saldo negativo de R$ 25,300 bilhões a déficit de R$ 15,860 bilhões, mas foi maior que a mediana, negativa em R$ 22,450 bilhões.
O resultado fiscal de setembro foi composto por um déficit de R$ 24,292 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 795 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 872 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 77 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 466 milhões.
Em doze meses até setembro, as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 87,794 bilhões, o equivalente a 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O setor público consolidado teve gasto de R$ 14,552 bilhões com juros em setembro, após esta despesa ter atingido R$ 60,052 bilhões em agosto, informou o BC.
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 9,155 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 5,031 bilhões e as empresas estatais, de R$ 365 milhões. A rubrica referente ao BC foi positiva, com ganhos em juros de R$ 5,735 bilhões. Isso contribuiu para a despesa total de juros do setor público, em setembro, ter sido inferior ao registrado nos meses anteriores.
No ano até setembro, as despesas com juros somaram R$ 303,341 bilhões (5,96% do PIB). Em 12 meses, as despesas com juros atingiram R$ 401,040 bilhões até setembro (5,90% do PIB).
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 52,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, ante 51,2% em agosto. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,544 trilhões.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 5,247 trilhões, o que representa 77,2% do PIB. Em agosto, essa relação estava em 77,3%. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.
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