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Setor siderúrgico tem semana decisiva na OMC

O setor siderúrgico brasileiro terá uma semana decisiva na OMC - o Itamaraty tentará convencer os árbitros da entidade de que as barreiras da UE contra os produtos da Fundição Tupy são ilegais

Por Agencia Estado
Atualização:

O setor siderúrgico brasileiro terá uma semana decisiva na Organização Mundial do Comércio (OMC). Hoje e amanhã, o Itamaraty tentará convencer os árbitros da entidade de que as barreiras da União Européia (UE) contra os produtos da Fundição Tupy são ilegais. Na quinta-feira, será a vez do Brasil e dos Estados Unidos se reunirem para debater uma saída para as medidas que dificultam a entrada do aço nacional no mercado norte-americano. No que se refere às barreiras da UE, o Itamaraty alegará diante dos árbitros internacionais que a aplicação de direitos antidumping estabelecidos por Bruxelas no ano passado não respeitou as regras da OMC. A UE aplicou uma sobretaxa de 34,8% ao produto nacional, alegando que as conexões de ferro do País estariam entrando no mercado europeu com preços inferiores aos cobrados no próprio Brasil. Essa prática, de acordo com as leis da OMC, poderiam ser punidas por meio de uma medida compensatória, o que representa uma sobretaxa sobre os produtos brasileiro. Mas o Brasil garante que a investigação feita pela UE para determinar o dumping não foi realizada de forma correta e que a Tupy não estaria praticando um ato irregular. No ano passado, a empresa exportou US$ 15 milhões para o mercado europeu e, caso a OMC considere que as barreiras são ilegais, poderá obrigar a UE a modificar o tratamento que conexões de ferro do Brasil recebem. Já no caso das barreiras dos Estados Unidos impostas no início de março, o Brasil argumenta que a sobretaxa de 30% colocada contra os produtos nacional não se justifica. O Itamaraty afirma que uma sobretaxa somente poderia ter sido estabelecida se houvesse um aumento agudo, recente e repentino das exportações do Brasil aos Estados Unidos, o que não teria ocorrido. Na próxima quinta-feira, uma teleconferência entre diplomatas norte-americanos, em Washington, e diplomatas brasileiros, em Genebra, tentará encontrar uma saída para o caso que já gerou uma queda de 50% das vendas nacionais ao mercado dos Estados Unidos. Caso uma solução não seja encontrada, o Itamaraty pedirá a intervenção da OMC para julgar a salvaguarda norte-americana. Pressão Enquanto o Brasil continua tentando encontrar uma solução negociada para o conflito com os Estados Unidos, outros países que decidiram atacar desde o início a política norte-americana, como os europeus e os japoneses, já começam a colher os frutos de suas pressões. Na semana passada, a Casa Branca anunciou a retirada das barreiras para 61 produtos siderúrgicos. Washington alega que a decisão foi tomada baseada nas próprias necessidades da indústria norte-americana. Mas em Genebra, a percepção é de que a medida foi tomada para tentar evitar que japoneses e europeus retaliassem os Estados Unidos. Bruxelas prometeu impor sanções de até US$900 milhões contra produtos norte-americanos e Tóquio ameaça com tarifas de 100% como retaliação às exportações dos Estados Unidos.

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