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Setor sucroalcooleiro deve registrar recorde de negócios

Até junho já foram realizados 229 operações no Brasil, enquanto em todo o ano passado foram feitas 363 operações

Por Agencia Estado
Atualização:

O setor de açúcar e álcool é o segmento que mais está atraindo os investidores estrangeiros no Brasil e deverá registrar recorde de negócios de fusões e aquisições este ano, segundo pesquisa da consultoria KPMG. Em entrevista à Agência Estado, o sócio da KPMG para a área de fusões e aquisições, André Castello Branco, disse que até junho já foram realizados 229 operações no Brasil, enquanto em todo o ano passado foram feitas 363 operações. "O mercado continua muito aquecido e é quase certo que serão realizados novos negócios até o final do ano", disse Castello Branco."Eu mesmo estou acompanhando pelo menos 10 negócios no setor", complementou. O maior número de operações no setor até agora, conforme acompanhamento da KPMG, foi em 1997, quando foram concretizadas 372 fusões e/ou aquisições de empresas no segmento de açúcar e álcool. O mercado continuou aquecido até 2001 (340 operações), quando registrou declínio, caindo para 234 operações em 2002 e 229 em 2003. A partir de 2004, porém, voltou o interesse pelo setor, com as fusões e aquisições subindo para 299 naquele ano e as 363 do ano passado. Castello Branco justifica o interesse pelo bom momento e boas perspectivas tanto do açúcar quanto do álcool. Ele observou que os preços do açúcar estão em patamares recordes este ano e há a expectativa de que ampliação desse mercado com a possível queda das barreiras comerciais do setor agrícola na Europa. "Se a Europa reduzir os subsídios para a produção de açúcar a partir da beterraba, o Brasil será muito favorecido, já que tem os melhores custos na produção do açúcar", comentou. Boas perspectivas No caso do álcool o maior impulso vem das boas perspectivas da utilização do produto como combustível. Segundo Castello Branco, o Brasil "demonstrou" que é viável a utilização do álcool como combustível e vários países do mundo já manifestaram interesse em desenvolver programas semelhantes, importando o produto do Brasil. "Já vimos manifestação do Japão, da China, da Índia e dos próprios Estados Unidos", registrou. O maior problema está na logística, mas Castello Branco afirmou que a Petrobras já manifestou interesse em investir num alcoolduto para facilitar o transporte do produto até os portos. "Com isso, reduz-se um dos maiores gargalos, viabilizando a expansão ainda maior do setor", comentou. Pelos cálculos da KPMG, o setor de açúcar e álcool tem cerca de 330 usinas em operação no País e outros 100 projetos estão em andamento, sendo que alguns já estão em fase de construção. Por ser um segmento muito pulverizado, com muitos atores, é possível prever uma forte consolidação/concentração no setor. Pelo acompanhamento da KPMG, os investidores estrangeiros têm respondido por uma fatia relevante nos negócios de fusões e aquisições do setor no Brasil. Em 2004, por exemplo, das 299 operações 108 (36%) foram cross border (investidores estrangeiros). Em 2005, para as 363 operações 150 foram de estrangeiros (41%) e no primeiro semestre das 229, 80 foram de responsabilidade de estrangeiros (35%). "Há todo momento vemos manifestação de interesses do investidor estrangeiro. Seja das grandes multinacionais agrícolas como Cargill e Bunge, ou de representantes do mercado financeiro. É o setor do momento no Brasil", enfatizou.

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