Para reclamar da alta do dólar que prejudica as exportações brasileiras, empresários do setor têxtil reuniram-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta terça-feira para discutir a crise do setor. O presidente do Sindicato das Tecelagens de Americana e Região (Sinditec), Fábio Beretta Rossi, disse os reflexos desta crise já podem ser sentidos pelo mercado têxtil da região: 600 empresas com 5.000 postos de trabalho já fecharam neste ano; o total de empregados caiu de 35.000 para 30.000; as exportações encolheram 30% e as vendas no mercado interno, 20%. Rossi disse também que o setor foi prejudicado com o acordo de importações de têxteis fechado entre o Brasil e a China. Esse acordo estabeleceu um volume máximo de importações de tecidos chineses, considerado muito elevado. Por causa do acordo, as indústrias brasileiras não podem ingressar com pedido de salvaguardas contra a China. "O governo não mostrou nenhuma sensibilidade para o problema", queixou-se o empresário. Da audiência participam também o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Josué Gomes da Silva, e o presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Além dos problemas do setor têxtil, Skaf vai pedir a Lula que não vete o dispositivo que permitirá a reabertura do prazo de inscrição das empresas no Refis, o chamado "Refis 3". A área econômica recomendou o veto, por considerar que um novo programa de refinanciamento de dívidas poderia comprometer o cumprimento das metas fiscais. A pressão, porém, está forte. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ouviu apelos no mesmo sentido no final da manhã de hoje, quando esteve na Confederação Nacional da Indústria (CNI).