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Shymura sobre Previdência: 'Reforma é fundamental para reverter déficit primário'

O diretor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV falou durante seminário promovido em parceria com o Estado, para analisar os 100 primeiros dias do governo Bolsonaro

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A reforma da Previdência terá um impasse expressivo, por tocar num assunto sensível à população, mas é fundamental para reverter a tendência de crescimento do déficit primário do governo

A declaração foi dada por Luiz Guilherme Schymura, diretor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, durante seminário promovido em parceria com o Estado, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 12, para analisar os 100 primeiros dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O Ibre/FGV e Estado promovem na manhã desta sexta-feira, 12, o seminário '100 Dias do Governo Bolsonaro', para discutir as medidas implementadas e aquelas em fase de gestão Foto: UANDERSON FERNANDES / ESTADÃO

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"Nenhuma reforma da Previdência em nenhum lugar do mundo foi fácil", lembrou Schymura, acrescentando que as mudanças precisam ser feitas por conta de gastos materiais que interessam diretamente à população. 

O diretor do Ibre/FGV ressalta que o País tem uma dívida que chega a 80% do Produto Interno Bruto (PIB), o que ele considera um patamar elevado para um País emergente, embora não seja ainda "dramático". No entanto, a grande preocupação é com o problema estrutural do déficit primário do governo, já que tendência é de crescimento. "É difícil traçar qualquer cenário que o déficit não cresça de forma expressiva nos próximos anos", alertou. 

Schymura lembrou ainda outros desafios enfrentados pelo governo, como o cenário de baixa empregabilidade e a necessidade de um forte ajuste nos serviços de segurança pública, além dos sistemas de saúde e educação precisando de uma atenção especial.

"Os 100 primeiros dias começam a dar uma ideia de para onde as coisas estão indo, as dificuldades que o governo encontra, um momento oportuno para refletirmos sobre o que aconteceu e, sobretudo, o que está por vir", concluiu Schymura.

Para João Caminoto, diretor de jornalismo do O Estado de S. Paulo, os ataques à imprensa praticados de forma recorrente por integrantes e aliados do governo pesam negativamente no balanço dos três primeiros meses da gestão de Bolsonaro.

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"Uma coisa que precisamos condenar nesses primeiros cem dias são os ataques à imprensa de forma indiscriminada, através de fake news, através de profissionais da imprensa. É um balanço extremamente negativo para o governo", declarou Caminoto, no painel de abertura do evento. "Esperamos que haja reflexão e reversão desse comportamento extremamente condenável", completou.

Estadão e FGV

Analisar os 100 primeiros dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). É esta a proposta do evento que acontece nesta sexta-feira, 12, no Rio de Janeiro. O debate contará com pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), convidados e jornalistas do Estado. Confira a programação completa.

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