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Siderurgia prevê 10,8% de expansão em 2008

Por Adriana Chiarini
Atualização:

Com recordes de produção, vendas internas e consumo aparente (com importação) de aços este ano, a indústria siderúrgica nacional projeta crescimento forte também para 2008, acompanhado de aumento da capacidade instalada. "A siderurgia brasileira tem condições plenas de abastecer o mercado nacional", disse o presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Rinaldo Campos Soares. O IBS prevê que em 2008 a produção de aço bruto cresça 10,8%, para 37,6 milhões de toneladas; as vendas internas 10%, para 22,7 milhões de toneladas e o consumo aparente 9,3%, para 24,348 milhões de toneladas. As projeções indicam aumento no ritmo de produção, cuja estimativa de alta para este ano é de 9,9%, mas com redução da velocidade das vendas internas e do consumo aparente, cujas altas são estimadas em, respectivamente, 18% e 19,7%. Das 20,679 milhões de toneladas de aço que devem ser vendidas no País este ano, 19,885 milhões são laminados, sendo 12,171 milhões de aços planos e 7,714 milhões de longos. O aumento das vendas internas de aços planos é atribuído pelo IBS aos recordes mensais consecutivos da produção do setor automotivo, aos setores de petróleo e gás, máquinas e eletrodomésticos. A expansão das vendas de aços longos está ligada ao desempenho positivo da construção civil. Segundo Soares, a construção civil respondeu por 30% do consumo aparente de aço e o setor automotivo por 28% da demanda. Em relação ao ano passado, o consumo de aço do setor automotivo aumentou 17,8%; o da construção civil cresceu 16,2%; o de bens de capital avançou 30,7%; e o de tubos teve ampliação de 40%. As previsões para 2008 incluem a expectativa de venda para a construção dos navios da Transpetro, que ainda não tiveram suas especificações anunciadas em licitação. O IBS prevê também para o ano que vem o aumento das exportações em 17,9%, alcançando 12,448 milhões de toneladas. As vendas ao exterior caíram 15,6% em 2007 ante 2006, devendo fechar o ano em 10,5 milhões de toneladas. "Quando se vende internamente, a indústria ganha mais dinheiro", disse Soares. O executivo admitiu que os preços para o mercado interno são maiores. Segundo ele, isso se deve ao fato de os estoques ficarem com as siderúrgicas e a qualidade do atendimento ser melhor. "Isso custa, e tem de custar, mais." Ele comentou que a indústria siderúrgica continuará trabalhando com alguma capacidade ociosa em 2008. Com a entrada das expansões de produção da ArcelorMittal Tubarão, inaugurada na semana passada, de 2,5 milhões de toneladas de aço, e da Gerdau Açominas, cujo novo alto-forno já está em operação, a capacidade instalada para produzir aço bruto no ano que vem deve chegar a 41 milhões, de acordo com o vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo de Mello Lopes. A projeção para 2007 é de uma produção de 33,958 milhões de toneladas, com capacidade instalada de 37,1 milhões de toneladas de aço. O crescimento do consumo aparente no Brasil está acima do mundial, estimado em 6,8%, tanto neste ano quanto no próximo, pelo Instituto Internacional de Ferro e Aço (IISI).

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