O presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Luiz André Rico Vicente, disse nesta quarta-feira que até o fim de 2010 as empresas do setor deverão investir cerca de US$ 15 bilhões e com isso aumentar a capacidade instalada de produção de aço de 36,6 milhões de toneladas anuais, para 50 milhões de toneladas por ano, um aumento de 36%. Segundo ele, esse volume de investimentos corresponde ao que foi investido pelas empresas desde o início das privatizações da siderurgia, em 1992, até 2006. Vicente apresentou esses números ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião no Palácio do Planalto. "Viemos mostrar que o setor está engajado com a ação do governo e está solidário ao Programa de Aceleração do Crescimento. Viemos falar de nossa parcela de responsabilidade", afirmou Rico Vicente. Ele classificou o PAC como um programa "animador" para o setor siderúrgico, uma vez que prevê fortes investimentos em infra-estrutura e construção civil, setores que impulsionam o consumo de insumos básicos, como é o caso do aço. O presidente do IBS defendeu que o Congresso Nacional aprove as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que dependem do aval do Legislativo. "É preciso que o Congresso Nacional encare esse esforço do governo de forma positiva", disse Rico Vicente, que representa um dos setores mais beneficiados com o programa. O PAC prevê redução de 5% para zero da alíquota de IPI incidente sobre perfis de aço, utilizado na construção civil. Além disso existe a expectativa de que a demanda interna por aço aumente,se de fato forem confirmados os investimentos em infra-estrutura e expansão da construção civil, previstos no PAC. Rico Vicente disse que o IBS vai atuar junto ao Congresso Nacional em defesa do PAC. "Certamente vamos atuar conversando, externando nosso crédito ao programa, debatendo com os parlamentares". Ele disse, entretanto, que a previsão de crescimento que apresentou ao presidente já havia sido feita pelas siderúrgicas antes da divulgação do PAC, e que essas estimativas baseiam-se principalmente nas exportações de aço. Rico Vicente ressaltou, no entanto, que, se o mercado interno responder aos incentivos do PAC, essa projeção de investimentos pode aumentar. "Se houver um crescimento efetivo da economia, como todos desejamos, existem mais projetos a serem anunciados". Vicente, entretanto, não detalhou quais seriam esses outros investimentos. Rico Vicente disse que atualmente o setor exporta cerca de 45% de sua produção. Segundo ele, se houver um crescimento no mercado interno, a siderúrgicas direcionarão o que for necessário para abastecê-lo.