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Fabricantes de aço perdem R$ 2 bi na Bolsa brasileira após sobretaxa dos EUA

Companhias com ações negociadas na B3 lideram as perdas do Ibovespa, índice com os principais papéis em comercialização no mercado local

Por Renato Jakitas
Atualização:

As empresas brasileiras sentiram na pele o impacto a taxação dos Estados Unidos de 25% sobre a importação do aço e de 10% sobre o alumínio nesta quinta-feira, 8. As siderúrgicas com ações negociadas na Bolsa de São Paulo, a B3, lideram as perdas do Ibovespa, índice com os principais papéis em comercialização no mercado local, e perderam, em um único dia, R$ 1,78 bilhão em valor de mercado.

A Gerdau foi o destaque negativo do dia, com redução de R$ 1.013.462 bilhão em valor de mercado. Sua principal ação fechou o dia cotada a R$ 16,04, baixa de 4,18%. Foto: Gerdau

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A Gerdau foi o destaque negativo do dia, com redução de R$ 1.013.462 bilhão em valor de mercado. Sua principal ação fechou o dia cotada a R$ 16,04, baixa de 4,18%. A Usiminas foi dormir R$ 624.281 mais pobre, com queda de 2,13%, e a Siderúrgica Nacional (CSN) teve redução de R$ 147 milhões, com papéis em queda de 5,08%.

Para o analista-chefe da Walpires Corretora, Fabrício Estagliano, o resultado poderia ter sido ainda pior, não fosse o fato dos investidores já estarem mais ou menos preparados pelas medidas de Trump. "O bloco siderúrgico vinha caindo no mês de março, já colocando nas ações o preço dessas medidas", lembra.

De fato, o movimento intenso de venda das ações em março faz com as ações da CSN acumulem queda de 15,37% no mês, seguida pela Usiminas (-10,14) e pela Gerdau (-3,55) no período.

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Outra que também sentiu o impacto do anúncio de Trump foi a Vale, que não produz aço, mas é fornecedora de minério de ferro, a matéria prima para a produção do aço. As ações da empresa fecharam em queda de 3,24%,comercializadas a R$ 41,46. Em março, a empresa acumula queda de 7,08%. 

Nesta quarta, o Ibovespa ampliou levemente o ritmo de queda na reta final do pregão, bem em meio ao anúncio da sobretaxa dos aço e do alumínio dos EUA. 

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Do exterior, pesaram também as perdas nas cotações das commodities, como petróleo e minério de ferro. Assim, o principal índice da B3 que havia retomado o patamar dos 85 mil pontos um pouco antes do final do dia, caiu rapidamente e fechou em baixa de 0,58%, aos 84.984,60 pontos. O giro financeiro, o volume de venda e de compra de ações, avançou nos minutos finais e chegou a R$ 11 bilhões.

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A Petrobrás, por sua vez, teve mais um dia alinhada ao preço do petróleo no mercado internacional, mas, na reta final, conseguiu fechar no positivo, perto da estabilidade com 0,13%.

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Para além do exterior, Thiago Figueiredo, gestor da Horus GGR chama atenção para os resultados corporativos, que, segundo ele, se sobressaíram à movimentação político-econômica. Na sua avaliação, os balanços das empresas mostram que uma parcela da economia começa a ter reflexo bom da retomada, mas não com o otimismo que o mercado esperava para o último trimestre de 2017.

"A temporada de balanço está quase terminando e, pelos resultados, a recuperação ainda não foi tão disseminada como se pensava", disse Figueiredo, ressaltando que, ainda assim, os resultados mexeram mais do que movimentações política como a do Democratas (DEM), que aclamou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) pré-candidato à Presidência da República. Para ele, isso não está sendo suficiente para interferir no humor da bolsa. "Nem para cima, nem para baixo."

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