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Siderúrgicas russa e japonesas disputam Namisa

Por TOM MILES E MICHAEL FLAHERTY
Atualização:

A russa Severstal, a indiana Essar, o grupo chinês Shagang e um consórcio japonês estão na segunda rodada de ofertas pela Namisa, unidade de minério de ferro da CSN, de acordo com fontes próximas ao assunto, no que pode ser um acordo de 10 bilhões de dólares. A CSN contratou o Goldman Sachs este ano para vender uma parte ou a Namisa como um todo, aproveitando-se da forte demanda por minério de ferro. Uma fonte afirmou que o Goldman determinou um valor de 10 bilhões de dólares para o ativo, o valor mais alto entre os estimados por analistas, apesar de vários bancos de investimentos terem citado algo entre 7 bilhões e 8 bilhões de dólares. Procurada pela Reuters, a CSN não comentou o assunto pois está em período de silêncio, mas tem dito que quer finalizar a venda entre agosto e setembro. O interesse pela Namisa reflete o mercado atual de minério de ferro, em que as mineradoras correm para responder à forte demanda chinesa, enquanto siderúrgicas estão desesperadas para garantir seu próprio abastecimento. As indianas Tata Steel e JSW e a ArcelorMittal fizeram ofertas, disseram fontes, mas não está claro se alguma ainda permanece no processo. O consórcio japonês é liderado por uma trading e inclui siderúrgicas do país. Duas fontes confirmaram que um grupo japonês estava realizando ofertas, mas não identificou as empresas. Dois consórcios chineses também participam. Um é um consórcio de aço que inclui o Baosteel Group e o Shougang Group, o outro é a siderúrgica privada Shagang Group, que pode se unir a uma trading, usinas menores e com o fundo soberano CIC. PRÓXIMAS SEMANAS A segunda rodada de ofertas é esperada para as próximas semanas, mas uma fonte afirmou que vários proponentes, como a Anglo-American, podem ainda entrar no processo. O presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, disse em maio que a Namisa é um negócio altamente rentável que a CSN gostaria de manter, mas vender uma participação minoritária para pagar dívidas era uma possibilidade. Vender uma participação de 30 a 40 por cento ajudaria a CSN a pagar sua dívida de 2,8 bilhões de dólares e financiar aquisições. A empresa pode também decidir vender a Namisa como um todo. A CSN tem planos de ampliar a capacidade de produção anual da Namisa de 7,5 milhões de toneladas neste ano para 42 milhões. Essa ambição, junto com o valor de 250 dólares por tonelada de minério de ferro, poderia justificar os 10 bilhões de dólares ou mais. Várias pessoas próximas à Namisa disseram que uma venda da unidade não é garantida, já que o preço do ativo pode ser alto demais para alguns e a CSN não se comprometeu com a venda. "Eles vão vender ou não?", disse um executivo de um banco de investimento, que pediu para não ser identificado. Ele disse que a empresa colocou uma participação de 40 por cento no mercado antes e depois não a vendeu. As ações da CSN operavam em alta de 3,84 por cento às 11h40, cotadas a 62,15 reais. No mesmo horário, o Ibovespa exibia valorização de 1,8 por cento.

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