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Sincopetro diz que não sabe de onde vem a gasolina que abastece postos de SP

Presidente da entidade diz que distribuidoras não conseguem trazer combustível para a capital e diz 'estranhar' locais que estão vendendo o produto

Por Isabela Palhares e Raquel Brandão
Atualização:

SÃO PAULO - Sem que as distribuídoras consigam entregar combustível nos postos de São Paulo, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de São Paulo (Sincopetro) alerta os consumidores sobre a qualidade do produto que está sendo vendido em alguns pontos da cidade. +++ Com crise dos combustíveis, estabelecimentos 'fazem entrega' a cavalo

"Todas as bases de distribuição estão fechadas. O produto que saiu foi com escolta policial e exclusivamente para atender os veículos de serviços essenciais da Prefeitura e a polícia. De onde vem esse combustível que estão vendendo, eu não sei", diz José  Alberto Gouveia,  presidente do Sincopetro.+++ No WhatsApp, caminhoneiros dizem que greve está longe do fim

Fila de carros para abastecer em posto de combustível no bairro do Limão, na zona norte de São Paulo Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

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Segundo ele, mesmo com o desbloqueio das rodovias, faltam caminhões para trazer o produto para a capital. A assessoria de imprensa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) afirma que a organização não tem conhecimento de nenhuma usina de etanol que esteja abastecendo os postos paulistas.

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Neste domingo, 27, um posto da rede Singular na avenida Engenheiro Caetano Álvares tinha uma fila de carros para abastecer. Segundo o gerente do local, Emerson Guilherme de Santos, o estabelecimento recebeu 15 mil litros de etanol na noite de sábado, 28. Ele diz não saber de onde veio o produto, apenas que não é da distribuidora da qual costumam receber. +++ Motoristas ficam 5 horas na fila para abastecer em SP

Os motoristas aguardavam para abastecer o carro por quase três horas. O taxista Edson Santos, de 63 anos, diz desconfiar da procedência do combustível, mas iria comprá-lo por falta de opção. "É claro que tenho dúvida sobre a qualidade desse etanol, mas não tenho opção. Estou há dois dias sem trabalhar porque não encontrei outro local para abastecer", conta. 

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O auxiliar de compras Teógenes Montenegro, de 34 anos, que também trabalha como motorista para aplicativos, também diz desconfiar do produto. "Tenho que trabalhar amanhã [segunda-feira] e não tem outro posto aberto. Passei por mais de dez e todos estavam fechados. Nesse momento, a gente acaba arriscando", diz. 

País

De acordo com Paulo Miranda Soares, presidente da Federação Nacional de Combustíveis, representante dos sindicatos de postos de gasolina do País, a situação de distribuição ainda é bastante crítica. "Mesmo com a escolta dos agentes de segurança pública, os motoristas que estão transportando combustível para hospitais, postos e aeroportos estão com medo de represálias". Circulam áudios com ameaças de queimar os caminhões após a entrega.+++ AGU orienta PRF a aplicar multas que chegam a R$ 100 mil por hora

Apesar do cenário pouco animador, a distribuição de combustível começa a melhorar, especialmente nos estados do Norte e Nordeste. Soares explica que a situação menos crítica nessas regiões é a de que porcentual expressivo dos combustíveis chega por transporte marítimo e as bases de distribuição são próximas aos portos.+++ Comando Militar do Sul do Exército diz esperar negociação

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Nas cidades da Grande Fortaleza, 290 postos receberam combustível. A previsão do Sindipostos é que os demais 40 tenham combustível até segunda-feira, 28. +++ Faltas de professores e alunos nas escolas estaduais serão abonadas

No Rio Grande do Norte, os caminhoneiros liberaram no sábado a noite a passagem de 40 carretas com combustível provenientes de diversas partes do País para abastecer os postos de Natal e interior do estado. Muitos postos foram abastecidos ao longo da madrugada deste domingo. O volume de gasolina, óleo diesel e etanol, porém, ainda é considerado baixo e chega a faltar em alguns postos de combustíveis. Em Natal, há filas de veículos em diversos postos. 

Em Porto Velho, os postos começaram a ser reabestecidos na noite de sábado, 26. Durante a madrugada, já se formavam filas de carros em diversos postos, além de pessoas com galões para abastecer os veículos que estão parados em casa sem combustível. Em alguns estabelecimentos o combustível reabastecido acabou em menos de uma hora. /COLABORARAM QUETILA RUIZ E LAURIBERTO BRAGA

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