PUBLICIDADE

Publicidade

Sindicalista propõe a Lula recriar câmaras setoriais

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa
Atualização:

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, sugeriu hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recriação das câmaras setoriais para discutir o problema do desemprego no País. Em entrevista depois do encontro, Nobre observou que a média de demissões, no seu sindicato, permanece em 450 por mês. Mas disse que esse número pode aumentar. "Nossa preocupação é com os próximos meses. É importante esperar o fim do primeiro trimestre para saber a dimensão do problema", afirmou. Para Nobre, a câmara setorial teve resultados positivos em 1992 e agora é preciso avaliar se a ideia valeria também na atual conjuntura. O sindicato está propondo a realização de um seminário no ABC, em fevereiro, com a presença de representantes sindicais e dos governos estadual e federal, para buscar medidas que garantam ofertas de emprego. O presidente, segundo Nobre, colocou seus ministros à disposição para participar do evento. "O presidente disse que nossa proposta é importante pois no atual momento o diálogo entre todos os agentes é fundamental", afirmou Nobre. Durante a audiência, o sindicalista disse que reclamou de propostas já apresentadas por centrais sindicais e empresários, de redução de jornada de trabalho e de salário. "O que vai assegurar emprego no Brasil não é a redução de salário e de jornada, mas o crescimento econômico", afirmou Nobre. "Precisamos de medidas expansivas e não recessivas", ressaltou. Na avaliação dele, há muitas "profecias" sobre a crise. Ele reclamou também de muitos empresários estarem aproveitando a crise para demitir, porque o custo de uma demissão é "barato". "Está muito barato demitir no Brasil. O empresário demite agora e contrata depois pela metade do salário", afirmou. Nobre disse que Lula concordou com a avaliação dele de que o "barulho" da crise não bate com os números de demissões. "A economia, na verdade, sentirá maior impacto com o pessimismo". afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.