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Sindicato diz que as demissões de sexta-feira superaram as de janeiro

Por Paulo Justus e Anne Warth
Atualização:

As demissões anunciadas na sexta-feira pelo Banco Itaú-Unibanco superaram as de todo o mês de janeiro na capital paulista, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo. A entidade estima entre 150 e 200 os cortes nas corretoras de valores, financeiras, bancos de investimento e de atacado dos bancos, ante 119 no mês passado. Os sindicatos dos bancários e comerciários de São Paulo, que representam os trabalhadores demitidos, veem com preocupação os cortes. "Esse movimento vai contra a palavra dos presidentes dos bancos, que se comprometeram a evitar demissões em massa", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino. Na próxima semana, Marcolino vai se reunir com representantes do banco para discutir alternativas às demissões, que vêm sendo negociadas desde o anúncio da fusão. "Com a autorização do Banco Central (para a fusão), podemos assinar um acordo", disse. Entre as propostas defendidas pelos sindicatos estão planos de demissão voluntária, suspensão de contratações, estágios e terceirização. Segundo Marcolino, a suspensão da contratação começou no fim do ano passado e já levou a uma carência de cerca de mil vagas nos bancos. O presidente do Itaú-Unibanco, Roberto Setubal, disse que a rotatividade de funcionários suprirá os ajustes no quadro de pessoal. "Não estamos prevendo nenhum grande programa de demissões." Para a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, esse movimento representa uma redução salarial. Segundo a entidade, a média dos salários dos trabalhadores admitidos é 40% inferior à dos demitidos. Procurados, os bancos não comentaram os cortes. Na sexta-feira, o Itaú BBA confirmou a demissão de aproximadamente 100 funcionários, por causa de um contexto de "forte retração desde o início da crise internacional" no mercado de bancos de investimento.

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