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Sindicato dos Metalúrgicos critica velocidade da reforma da Previdência

Em debate realizado pelo Grupo Estado, o presidente do sindicato, Miguel Torres, defendeu o alongamento do debate e cobrou o fim das desonerações para determinados setores produtivos da economia

Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Thaís Barcellos
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast), Thaís Barcellos (Broadcast), Francisco Carlos e Assis
Atualização:

SÃO PAULO - O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, afirmou que não é contra a reforma da Previdência, mas não pode aceitar a velocidade que estão impondo à discussão das mudanças na aposentadoria e também na reforma trabalhista. 

"Somos os maiores interessados em que a previdência não quebre, mas não podemos admitir esse ritmo alucinante dessa reforma que está em curso. Por que não alongar esse debate por um ano? Teria pouco impacto", segundo ele.

Miguel Torres cobrou o fim das desonerações para determinados setores produtivos da economia Foto: Ricardo Rossetto/Estadão

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Torres disse que o maior tempo de discussão é necessário para que se tenha maior transparência. Ele argumentou que a isenção do agronegócio e também as desonerações, por exemplo, são um grande problema. Segundo o sindicalista, embora saiba que somente isso não vai resolver a questão do déficit da Previdência, considerou que é uma parte do problema que deve ser absorvida na discussão. 

"O trabalhador não deixa de pagar a previdência. Queremos primeiro que se faça essa lição de casa de cobrar de quem está devendo, além de incluir os empresários do agronegócio e acabar com as desonerações", disse. Ele também negou que o único fator que aumenta o serviço da dívida brasileira seja a Previdência. "Há outras coisas a se considerar."

Torres também afirmou que a reforma não será para todos. "Se começa a falar que é reforma única, mas não é", disse. Segundo o sindicalista, os militares fizeram pressão para não serem atingidos pelas regras que adiam as aposentadorias e outros privilégios não foram enfrentados na proposta encaminhada ao Congresso. "Vemos também os interesses da previdência privada", comentou. 

O diretor-executivo da FenaSaúde, José Cechin, ex-ministro da Previdência Social, respondeu que é falso dizer que proposta de emenda constitucional foi feita para incentivar a previdência privada. Ele assinalou que o que incentiva esse tipo de previdência é a alteração do teto do beneficio do INSS.

As declarações foram dadas durante o Fóruns Estadão que tratou da reforma da Previdência nesta quinta-feira, 9. 

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