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Sindicatos dos bancários cobram demissão imediata de presidente da Caixa, após denúncias de assédio

Guimarães participa nesta quarta de eventos do banco; Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto

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Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - O Sindicato de Bancários de Brasília cobrou a demissão do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, alvo de uma série de denúncias de assédio sexual por parte de diversas funcionárias do banco. O caso, que é investigado pelo Ministério Público Federal, foi revelado pelo site Metrópoles.

“Trata-se de um comportamento repugnante, que, se confirmado pelo Ministério Público Federal, exige das autoridades competentes punição exemplar – como demissão – para que não mais volte a se repetir, seja qual for o mandatário de plantão, não somente no banco, mas em todos os demais órgãos da administração pública federal”, afirmou o sindicato.

Sindicatos de bancários cobrama demissão do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, alvo de uma série de denúncias de assédio sexual por parte de diversas funcionárias do banco Foto: Walterson Rosa

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O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região também pediu que Guimarães seja afastado, para apuração das denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias.

“É imprescindível que seja instaurada uma investigação e, se confirmadas as denúncias, que condutas abomináveis como essas não fiquem impunes. A luta contra o assédio sexual e moral faz parte de uma política permanente do Sindicato, com reivindicações que intensificam a luta, dentro dos bancos, contra o machismo e racismo institucional e assédio sexual e moral, com normas e condutas rígidas”, declarou.

Guimarães, que está frequentemente ao lado do presidente Jair Bolsonaro em suas lives, participa de eventos do banco previstos para esta quarta-feira, 29, mas estes foram fechados para imprensa.

O Sindicato dos Bancários de Brasília afirmou que, “somados a tantos outros desmandos do atual presidente da Caixa, casos graves como esses, retrato de um governo reconhecidamente autoritário e misógino, contribuem ainda mais para manchar a imagem do banco como uma empresa pública secular a serviço de todas as brasileiras e brasileiros, que historicamente tem na ética o fundamento básico norteador da sua relação tanto com suas funcionárias e funcionários quanto com a população, principalmente a mais carente”.

No governo, a avaliação é de que a permanência de Pedro Guimarães no cargo já está completamente inviabilizada. O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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Nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) deve decidir se o presidente Jair Bolsonaro deve indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello por ofensas de cunho sexual. O tribunal retomará o julgamento, suspenso com 2 votos a 1 a favor da jornalista. O presidente foi condenado em 1a instância, em março de 2021, pelas declarações ofensivas que deu em fevereiro do ano anterior, durante uma entrevista a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.

Patrícia Campos Mello foi atacada verbalmente pelo presidente, já conhecido pelo comportamento agressivo contra a imprensa. “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse, na ocasião.

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