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Sindicatos questionam compra da Ipiranga por consórcio

Entidades argumentam que o negócio provocará concentração do setor petroquímico e conseqüentemente um aumento no número de demissões

Por Agencia Estado
Atualização:

Os sindicatos dos Trabalhadores ligados ao setor petroquímico e à distribuição de derivados do petróleo estão questionando a venda do Grupo Ipiranga para o consórcio Petrobras, Ultra e Braskem, com o argumento de que o negócio provocará concentração do setor petroquímico e conseqüentemente aumento de demissões. Durante audiência pública das comissões de Assuntos Sociais e Direitos Humanos no Senado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (RS), Carlos Heitor Rodrigues, afirmou que dos 2.500 trabalhadores diretos no pólo Copesul, 2.200 estarão na nova empresa criada com o negócio. "Ficamos aqui imaginando o que será feito do restante", disse Rodrigues. Para o sindicalista, a operação significa uma "volta atrás" ao período em que se privatizou estatais no País e se quebrou o monopólio de empresas como a Petrobrás, com o argumento de que era preciso ampliar a competição no Brasil. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Comércio de Derivados do Petróleo, Angelo Martins, disse que as empresas que agora se unem têm filosofias de trabalho "completamente diferentes". Ele também criticou o fato de "até o momento" a diretoria das empresas não ter convidado os dirigentes dos sindicatos dos trabalhadores para apresentar formalmente seus planos de negócio. "Nós, trabalhadores, fomos surpreendidos com a operação e nos sentimos vendidos como gados numa fazenda de porteira fechada, como se diz lá no Rio Grande do Sul", afirmou Martins.

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