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Sindicatos se reúnem e discutem a rentabilidade do FGTS

Centrais se mostraram céticas em relação à aplicação em obras de infra-estrutura

Por Agencia Estado
Atualização:

As centrais sindicais que se reuniram nesta sexta-feira, 19, com o secretário-executivo do conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Paulo Furtado, estão céticas quando a rentabilidade da aplicação de até 10% do FGTS dos trabalhadores em obras de infra-estrutura. Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, o modelo de aplicação dos recursos no fundo deveria ser individual e não coletivo. "É importante que ocorram os investimentos, mas não são os trabalhadores que devem correr o risco pela aplicação", disse. Segundo ele, se o governo editar uma Medida Provisória, na próxima segunda-feira, que permita o uso do FGTS em obras de infra-estrutura, entrará com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Paulinho afirmou ainda que o princípio do FGTS é para o pagamento dos trabalhadores, investimentos em saneamento e em habitação. "Qualquer coisa fora disso o Supremo tem de dizer se pode ou não." A proposta de utilização dos recursos do STF, porém, foi aprovada em agosto do ano passado pelo Conselho Curador do FGTS, que conta com representantes das centrais sindicais, empresários e governo. Paulinho justificou a aprovação da medida pelos representantes da Força Sindical devido a "inexperiência do companheiro". Paulinho argumenta que a aplicação do dinheiro do trabalhador em obras de infra-estrutura pode resultar, no futuro, na "falta de recursos para o pagamento do fundo de garantia das pessoas que perdem o emprego". O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Canindé Pegado, afirmou que a utilização de parte dos recursos do patrimônio líquido do FGTS em obras de infra-estrutura pode incentivar o desenvolvimento do País, desde que não "ponha em risco o patrimônio do trabalhador". "Os trabalhadores não devem responder pelos riscos do investimento", completou. Participaram representantes da Social Democracia Sindical (SDS), Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), Nova Central e Central geral dos Trabalhadores do Brasil. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), alegando problemas na agenda, não participou do encontro.

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