PUBLICIDADE

Publicidade

Sindicatos de servidores dizem que reajuste de 5% não cobre perdas inflacionárias

Presidente Jair Bolsonaro decidiu pelo reajuste de 5% para todos os servidores públicos do Executivo federal a partir de julho

Foto do author Antonio Temóteo
Foto do author Thaís Barcellos
Foto do author Eduardo Gayer
Por Antonio Temóteo , Thaís Barcellos (Broadcast) e Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA – A proposta do governo de reajustar os salários dos servidores em 5%, a partir de julho, não foi bem recebida pelas diversas categorias da Esplanada dos Ministérios. Segundo sindicatos e associações, o percentual não repõem as perdas inflacionárias das funcionalismo.

PUBLICIDADE

O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, afirmou que a proposta de reajuste de 5% não foi bem recebida pelas categorias. A entidade representa os servidores de nível médio da administração pública federal.

Segundo ele, o percentual representa apenas um quarto da inflação acumulada nos três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL), que chegou a 19,9%.

“A proposta do governo não é agradável porque essa decisão não contempla o conjunto do funcionalismo. Significa um quarto do que o governo nos deve. Vamos fazer uma reunião amanhã para tratar do tema. Para além dessa questão, a proposta não contempla todo o ano, apenas a partir de julho. O servidor público está em uma situação cruel e 5% não vai atender nossa necessidade”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro; governo decidiu reajustaro salário do funcionalismo público federal em 5% a partir de julho Foto: Adriano Machado/ Reuters

O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fabio Faiad, afirmou que se a proposta for real representa uma mudança de postura do governo. Entretanto, ele disse que os 5% de reajuste são insuficientes. Com isso, a greve da categoria deve continuar.

“A gente acha que essa proposta de um reajuste de 5% dos salários para todos os servidores é só um balão de ensaio. Se essa proposta for realmente oficial, mostra o governo trouxe algo, mudou de postura, mas para o BC não é suficiente. Sem a pauta não salarial, isso é insuficiente. Com isso, a greve continua”, disse.

Os servidores do BC pedem um reajuste salarial de 27% e a reestruturação da carreira.

Publicidade

O presidente da Unacon Sindical, Bráulio Santiago, que representa os servidores do Tesouro Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU), afirmou que um reajuste de 5% é insuficiente para repor as perdas inflacionárias para as categorias do funcionalismo. “O governo também não deixou claro se fará reestruturações para carreiras específicas. A gente não aceita esse desalinhamento. Vamos aumentar a mobilização”, disse.

Os servidores do Tesouro farão paralisações em 20 de abril e 4 maio. Os da CGU cruzarão os braços apenas em 4 de maio.

Sindicato da PRF vê reajuste de 5% como insuficiente

O reajuste salarial de 5% para todo o funcionalismo público, decidido hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, será insuficiente para acalmar os ânimos da Polícia Rodoviária Federal. Ao Broadcast Político, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Dovercino Neto, lembra que a categoria pede uma reestruturação das carreiras - e não apenas aumento de salário. 

PUBLICIDADE

"Nossa luta não é por reajuste em si. É algo maior, que engloba tabela salarial", diz Neto à reportagem. "Ter 5% de aumento significa pura e simplesmente reajuste. Caso isso ocorra, as forças de segurança continuarão desvalorizadas e a nossa luta continuará", acrescenta. 

A reestruturação das carreiras policiais é uma promessa de Bolsonaro, com pano de fundo eleitoral, mas ainda não entregue. Na avaliação do governo, a medida é inviável, diante da pressão de outras categorias do funcionalismo por um reajuste exclusivo para a segurança pública.

Por isso, Bolsonaro decidiu dar um reajuste de 5% a todos os servidores, como adiantou o Broadcast. O porcentual está abaixo da inflação e precisa ser posto em prática até julho, sob pena de ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que veda aumento de gastos com pessoal a menos de 180 dias do fim de um mandato presidencial.

Publicidade