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Sistema de saúde argentino corre perigo

Por Agencia Estado
Atualização:

O sistema de saúde da Argentina pode parar de funcionar caso o acordo entre o governo de Edurado Duhalde e o Fundo Monetário Internacional (FMI) não seja assinado nas próximas semanas. Essa é a avaliação do ministro da Saúde da Argentina, Ginés Gonzalez García. De passagem por Genebra, onde participou da Assembléia Mundial da Saúde e pediu ajuda aos organismos internacionais, o ministro falou com exclusividade à Agência Estado e garantiu: a colaboração do Brasil ao enviar remédios ao sócio do Mercosul está sendo fundamental para os doentes argentinos. Agência Estado - Qual é a atual situação dos serviços de saúde hoje na Argentina? Gonzalez Garcia - O gasto total, público e privado, em saúde no país passou de mais de US$ 600 per capta em 1999 para menos de US$ 200 per capta neste ano. Estamos em uma situação crítica e toda verba do ministério está sendo utilizada para comprar remédios de primeira necessidade. AE - Até quando o sistema de saúde na Argentina pode continuar funcionando diante da crise que atinge o país? Gonzalez Garcia - É difícil prever. O que posso garantir é que se os organismos financeiros internacionais não nos ajudarem, o sistema de saúde começará a ter problemas sérios para operar. Está se dilatando o acordo com o FMI até o limite que pode ter consequências negativas para a saúde. O melhor remédio se torna inútil se não chega a tempo. AE - O que ocorrerá se o acordo com o FMI não sair? Gonzalez Garcia - Não quero nem pensar na possibilidade de não haver um acordo com o FMI. AE - Em Genebra, o senhor esteve reunido com a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMC), Gro Harlem Bruntland, além dos ministros da Saúde da Espanha, França, Reino Unido e Estados Unidos. Qual foi o pedido feito pela Argentina à esses parceiros? Gonzalez Garcia - A Argentina passou de o melhor aluno para a comunidade financeira internacional durante os últimos anos para se tornar, há poucos meses, um dos piores e que se deve castigar. Pedi, tanto à OMS como aos demais países que nos apoiem nossa luta para garantir saúde ao povo argentino. ?O Brasil se mostrou um parceiro solidário e afetuoso? AE - Qual tem sido a importância da ajuda do governo brasileiro à Argentina? Gonzalez Garcia - Temos a capacidade de produzir medicamentos na Argentina, mas o problema é que o governo não tem recursos para comprá-los e distribuí-los. É nessa situação que o Brasil se mostrou um parceiro solidário e afetuoso ao nos enviar insulina e retrovirais. Sei que o presidente Fernando Henrique Cardoso tem ligado diretamente ao presidente Duhalde para perguntar se necessitamos de remédios, uma prova que nunca os dois países se sentiram mais irmãos como agora. Leia o especial

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