Publicidade

Sistema interligado de energia chega a Manaus em 2011

Por Alaor Barbosa
Atualização:

A cidade de Manaus, no Amazonas, será conectada ao sistema interligado nacional de energia elétrica em setembro de 2011. A previsão foi divulgada hoje pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em entrevista à imprensa, quando anunciou que o governo licitará as linhas de transmissão ligando a hidrelétrica de Tucuruí à capital do Amazonas e à cidade de Macapá, capital do Amapá, ainda no primeiro semestre. "Será um marco para o sistema elétrico brasileiro, que não terá mais grandes sistemas isolados. Todas as regiões brasileiras estarão interligadas entre si, consolidando um dos maiores sistemas do mundo", acentuou. Tolmasquim considera que a construção das linhas de transmissão permitirá uma grande redução nos subsídios previstos na Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). "Haverá uma economia de R$ 2,2 bilhões, por ano, na conta da CCC, com o fim do subsídio", explicou. Isso porque Manaus, e praticamente toda a região Norte, é suprida por energia térmica movida a óleo diesel ou óleo combustível. Como essa energia custa mais caro do que a gerada pelas hidrelétricas, o governo criou a CCC para evitar que as tarifas da região ficassem muito acima das vigentes nas outras partes do País. A CCC é paga por todos os consumidores brasileiros de energia elétrica e movimenta cerca de R$ 3,7 bilhões por ano. Tolmasquim admitiu que as linhas de transmissão causarão danos ao meio ambiente, inclusive com a derrubada de árvores, mas ele estima que o saldo final será positivo. Com a substituição das térmicas por energia das hidrelétricas haverá a redução de emissões de CO2 na atmosfera. "Com a redução nas emissões de CO2 gerados pelas térmicas vamos ter um saldo positivo e pretendemos nos candidatar a receber créditos referentes ao mecanismo de desenvolvimento sustentável", argumentou. A previsão da EPE é que as linhas de transmissão permitirão a substituição das 15 térmicas que abastecem Manaus, com potência estimada de 1.200 megawatts (MW). Tolmasquim não sabe o destino dessas térmicas, já que muitas têm contratos de longo prazo, de até 15 anos de duração. "Essa questão será analisada posteriormente", comentou. Ele também não soube informar se as térmicas que forem convertidas para o uso do gás natural de Urucu continuarão em operação. A previsão do governo é que o gás natural chegará a Manaus no final deste ano ou no primeiro semestre de 2009.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.