21 de março de 2012 | 16h05
BRASÍLIA - Os sistemas financeiro e bancário do Brasil são fortes e estáveis, mas o País precisa desenvolver mais mecanismos de financiamento de longo prazo para garantir um crescimento sustentado, afirmaram nesta quarta-feira, 21, representantes do Banco Mundial (Bird) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por meio de nota, a delegação conjunta das entidades multilaterais fez a recomendação depois de uma reunião com representantes do Banco Central para discutir um relatório sobre o sistema financeiro que deverá ser lançado nos próximos meses. A pedido do governo brasileiro, o FMI e o Banco Mundial realizam a cada cinco anos avaliação dos sistema financeiro do País.
"Os acontecimentos nos mercados de capitais ainda são inibidos pela taxa de juro elevada e pelo prazo curto da maioria dos instrumentos financeiros, mas com a ajuda de finanças públicas mais fortes e de uma política monetária confiável em vigor há mais de uma década, a economia começou a se afastar dessa equação", diz o comunicado conjunto do Bird e do FMI.
Os representantes das duas entidades disseram que esse movimento vai continuar se a inflação permanecer em queda e se a poupança interna aumentar. "Além disso, certas reformas direcionadas do sistema financeiro poderiam reforçar esse processo, particularmente fortalecendo a participação de investidores institucionais", disseram eles.
Em especial, eles recomendaram o aperfeiçoamento dos mercados locais de seguros e um envolvimento maior de fundos de pensão na oferta de mecanismos locais de financiamento.
Resiliente
O FMI e o Banco Mundial terminaram nesta quarta-feira trabalho de duas semanas de avaliação periódica das condições do sistema financeiro brasileiro. Após o trabalho, as duas instituições divulgaram a avaliação de que o sistema financeiro do País está exposto a riscos relativamente baixos.
"O Brasil tem sistema em que os riscos sistêmicos são relativamente baixos e que conseguiu reagir muito bem à última crise financeira", disse o diretor-adjunto do departamento de mercado de capitais, política monetária e fiscalização financeira do FMI, Dimitri Demekas, em entrevista no Banco Central, após a visita à instituição que marcou o fim dos trabalhos no País.
Ao comentar que o sistema financeiro se mostrou resiliente, Demekas comentou que a economia brasileira tem ferramentas para absorver choques externos. "Há um regime de câmbio flexível que absorve choques externos e um sistema financeiro com liquidez muito vigorosa. Embora o Brasil tenha sido afetado pela crise, o País conseguiu superar muito rapidamente a situação", disse.
Diante da evolução recente e com as condições atuais, os riscos para o sistema financeiro brasileiro são baixos, afirmou Demekas. "Realizamos testes que confirmam que o sistema financeiro é bastante estável. A supervisão de bancos, seguradoras e mercado de títulos também é bastante forte", disse.
O representante do FMI comentou que o Brasil está alinhado com os padrões e normas internacionais de supervisão e fiscalização do sistema financeiro. "O Brasil tem um marco regulatório muito sólido e que foi usado de forma efetiva e bem sucedida na crise global".
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