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Skaf apóia agenda mínima, mas concorda que há dificuldade

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paul Skaf, afirmou hoje que os empresários defendem a agenda mínima para permitir que o País atravesse a crise política sem estragos na economia, mas admitiu que não dá para ser muito ambicioso em relação ao que o Congresso pode votar neste ano. "Não podemos pensar em grandes realizações neste ano, porque há turbulência política. Mas temos de ter, no mínimo, alguns projetos prioritários caminhando", disse. Skaf defende que a Lei Geral de Pequenas e Micro Empresas (anteprojeto encaminhado em 8 de junho ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti), esteja entre as prioridades do Congresso neste ano, dentro da agenda mínima. A reforma política também é prioridade, segundo ele, no sentido de baratear as campanhas políticas. "Temos de ver na TV campanhas mais simples, nas quais o candidato se mostre com mais profundidade", comentou. Outro projeto que a Fiesp defende é o que proíbe a importação de pneus usados. "Estamos importando lixo ambiental." CNI também defende agenda mínima Ontem, em visita ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que a agenda mínima inclui a reforma política, a segunda fase da reforma tributária, a definição do papel das agências e a criação do marco regulatório da área de saneamento. Para o executivo, a agenda mínima, cuja elaboração foi coordenada pela CNI, vai pedir a fixação de metas fiscais, a partir do controle dos gastos de custeio. A indústria também vai pressionar Executivo e Legislativo para o cumprimento de uma agenda da infra-estrutura. Segundo Monteiro Neto, é preciso ter claro o que o governo vai garantir em termos de investimento nessa área, já que é preciso, no curto prazo, aplicar recursos na área energética. Novos investimentos Paulo Skaf defendeu uma redução gradual, sem radicalismos, dos juros, responsáveis pela retração industrial e pelo desaquecimento da economia. O empresário procurou separar crise política e estagnação econômica, dizendo que o desaquecimento começou muito antes dos escândalos em Brasília. Segundo ele, os investimentos não estão paralisados e não é por conta da crise que eles vão parar. Novos projetos, no entanto, aguardam o clareamento do cenário político. "Agora, o argumento de que os juros precisam ficar na estratosfera para proteger o investidor estrangeiro, isso não pode. A economia tem de crescer e, para isso, é preciso reduzir os juros, ainda mais com o agravante da crise política", disse.

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