Black Friday 2020: smartphone é produto mais buscado por consumidores

Segundo levantamento do Promobit, os aparelhos celulares apresentam 22% das intenções de compra e a projeção é que tenham desconto em torno de 27%

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Por Luciana Lino
Atualização:
3 min de leitura

O smartphone é o produto mais buscado pelos consumidores interessados em comprar na Black Friday 2020, segundo levantamento realizado pela plataforma de descontos Promobit. O aparelho representa 22% das intenções de compra de 1.500 entrevistados. Em seguida, aparecem outros eletrônicos, como televisão (14,4%) e notebook (6,6%).

Com base nos descontos médios da Black Friday de 2019, os preços dos smartphones podem cair em torno de 27% na data este ano. Se a intenção for comprar um iPhone, o desconto passa para 20%, em média.

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O volume vendido pelo comércio eletrônico terá um salto de 61,4% na Black Friday, enquanto as lojas físicas venderão 1,1% a mais. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Demais eletrônicos e acessórios que também aparecem na lista dos produtos mais desejados pelos consumidores, como o PlayStation 4 e fones de ouvido, apresentam projeções de ofertas mais vantajosas: 45% e 36%, respectivamente. 

Para o coordenador do curso de Economia da FGV EESP, Joelson Sampaio, a disparidade entre os dados está associada ao conceito de elasticidade. “Para os consumidores, o smartphone é um item de necessidade maior do que um videogame ou um fone de ouvido. Então, para esses produtos chamarem mais atenção e conseguirem alavancar as vendas, é necessário oferecer um desconto maior”, explica.

O valor é outro motivo que pode explicar a diferença entre as projeções. “Quanto maior o valor do item, menor o porcentual de desconto, porque, em termos absolutos, o desconto se torna maior conforme aumenta o valor do produto”, diz Sampaio. 

Entre os produtos mais desejados e listados pelo Promobit, o único não eletrônico é a cadeira, que representa a maior projeção de desconto da lista: 52%. Para o head de conteúdo da plataforma, Willian Oliveira, o aumento no interesse pelo objeto pode ser explicado pela maior procura pelas cadeiras gamer, voltadas para quem passa muito tempo jogando no computador. 

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Produtos mais desejados e sua projeção de desconto, segundo o Promobit

  • Smartphone - 27%
  • TV - 20%
  • Notebook - 22%
  • Placa de vídeo - 23%
  • Máquina de lavar - 22%
  • Fone de ouvido - 36%
  • PS4 - 45%
  • Monitor - 32%
  • Geladeira - 20%
  • Cadeira - 52%

Queima de estoque

Entre os produtos eletrônicos, a maior projeção de ofertas pode estar relacionada também a uma questão de estratégia mercadológica. A Sony, fabricante do PlayStation 4, lançará o sucessor do videogame, o PlayStation 5, no dia 19 de novembro. Possivelmente, isso pode explicar a tendência de grandes descontos para o PS4 na Black Friday. 

Um caso semelhante aconteceu na Black Friday do ano passado. Segundo o Promobit, o preço do aparelho Samsung Galaxy A30 saiu de R$ 1.499 para R$ 879, o que representa um desconto de 47%. Em março deste ano, a empresa divulgou o modelo sucessor, o Galaxy A31, lançado no Brasil no fim de abril.

“As fabricantes sempre vão lançar linhas novas. Uma forma de retirar ou de reduzir uma linha de produtos é por meio da queima de estoque”, diz Sampaio.

Desafios para o e-commerce

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Os preços não são os únicos fatores decisivos de compra na Black Friday, de acordo com a pesquisa do Promobit. Pontos como frete, reputação da loja, condições de pagamento e prazo de entrega também foram citados pelos entrevistados. 

Esses elementos podem representar um desafio para as varejistas, que vão lidar com uma Black Friday muito mais virtual do que as anteriores, devido à pandemia da covid-19. De acordo com a consultoria Ebit Nielsen, a expectativa é de aumento de 27% no faturamento do e-commerce em relação à campanha de 2019. 

Para o cofundador do Promobit, Fabio Carneiro, outro entrave que pode ser enfrentado pelas lojas é a experiência do usuário. “Alguns consumidores podem encontrar dificuldades para comprar no site, que envolve não só a parte de interface, mas especialmente a questão de infraestrutura, quando o site não comporta o tráfego que está recebendo”, explica. 

Carneiro também aposta que um dos principais desafios da Black Friday 2020 será a logística. “Neste ano, tivemos um aumento muito grande no volume de pessoas comprando pela internet. No início da pandemia, o varejo sofreu muito com a questão de entrega e de gestão de estoque, e acredito que isso também possa acontecer na Black Friday”, diz. 

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