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Sobrinho de Edemar Cid Ferreira e doleiros são presos

A prisão foi feita depois de a PF recolher material no qual havia indícios de que ele mantinha ligação com doleiros investigados na operação Violeta

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-diretor executivo do Banco Santos Ricardo Ferreira de Souza e Silva foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal. Ele é sobrinho do ex-controlador da instituição, Edemar Cid Ferreira, acusado pela quebra do banco deixando um rombo de R$ 2,2 milhões, que se encontra no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos. Também foram presos, durante operação de nome Violeta, 12 doleiros que supostamente atuavam sem autorização para a atividade. Eles estavam na capital paulista, em Vinhedo e em Americana, no interior do Estado. Policiais cumpriram ainda 22 mandados de busca e apreensão em casas e escritórios. A prisão de Souza e Silva foi feita depois de a PF recolher material de sua residência e escritório, no qual havia indícios de que ele mantinha ligação com doleiros investigados na operação Violeta. Ele é apontado como a ponte entre Edemar e os doleiros. Há duas casas de câmbio suspeitas: a Alfatur e a Creative. Souza e Silva é réu no mesmo processo que seu tio, no qual respondem, junto com outros 17 ex-diretores, por crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro por organização criminosa e gestão fraudulenta de instituição financeira. A prisão dele foi feita enquanto era ouvido pela PF. O decreto, sigiloso, foi expedido pelo juiz da 6ª Vara Criminal, Fausto Martin de Sanctis, que também determinou a prisão de Edemar no dia 26 do mês passado. Nos documentos do ex-diretor, a PF identificou uma possível movimentação de contas na Suíça. Também foram encontrados US$ 400 mil em cofres do banco Itaú. Souza e Silva passou a noite na carceragem da superintendência da PF, em São Paulo. Como a prisão é preventiva - não há prazo para ser libertado - ele deverá ser encaminhado para um centro de detenção provisória. Seu advogado, Arnaldo Malheiros Filho, disse que vai entrar com pedido de habeas-corpus para libertá-lo. Os doleiros A elevada movimentação bancária de pessoas físicas levantaram suspeitas às instituições financeiras. O Ministério Público Federal e Polícia Federal foram então procurados. A partir disso, há três meses, policiais começaram a investigar uma agência irregular de câmbio que funcionava numa ?Rua Violeta?. Descobriu-se uma rede de casas de câmbio que atuava na troca irregular de moedas e remessa ilegal de dinheiro para o exterior, na modalidade ?dólar-cabo?. Ou seja, um cliente pedia para que fosse depositada uma quantia numa conta fora do País, mas os doleiros pegavam o dinheiro, depositavam em conta no Brasil e um outro parceiro, no exterior, fazia o depósito em uma conta lá. O dinheiro não saía fisicamente do País. Os 12 doleiros que tiveram decretada a prisão temporária - duração de cinco dias com possibilidade de prorrogação por mais cinco - compunham cinco grupos. Eles agiam tanto independentes quanto em conjunto, com parcerias, sem autorização do Banco Central. Durante as buscas, ?farta? documentação e um grande volume de dólares foi apreendido pela PF. Todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal, especializada em lavagem de dinheiro. Entre os envolvidos, o Estado teve acesso a cinco nomes: Cleber Farias Pereira, Sérgio Prado Frigo, Gilberto Syuffi, Antônio Sérgio Clemêncio da Silva e Maurice Alfred Boulos Júnior. O inquérito está sob segredo de justiça. Os doleiros poderão responder por crimes de funcionamento de instituição financeira sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha.

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