O banco francês Société Générale informou que uma "fraude" relacionada à atividade de um trader irá resultar em uma perda de 4,9 bilhões de euros, e anunciou uma baixa contábil adicional de 2,05 bilhões de euros de ativos ligados ao subprime. O banco afirmou que planeja levantar 5,5 bilhões de euros em capital "nas próximas semanas", para cobrir parte das perdas. O segundo maior banco francês por valor de mercado afirmou que a baixa contábil e as perdas relacionadas ao incidente de operação irão levá-lo a registrar um lucro líquido de cerca de 600 milhões de euros para o ano de 2007. O Société General afirmou que detectou um caso de "fraude excepcional", devido a sua natureza e alcance nos mercados franceses no fim de semana de 19 de janeiro. Segundo o banco, o trader é responsável pelo hedge de derivativos futuros "plain vanilla" nos índices acionários europeus e tomou enormes posições fraudulentas direcionais em 2007 e 2008 além de sua autoridade limitada, abusando do conhecimento dos sistemas de segurança do grupo. O SocGen disse que o trader admitiu os delitos e que "um procedimento de demissão foi iniciado". Além disso, seus supervisores imediatos também vão deixar o banco. "Dada a combinação de tamanho das posições e as condições de mercado muito desfavoráveis encontradas, esta fraude teve o impacto negativo de 4,9 bilhões de euros, que o grupo decidiu reconhecer em sua receita antes de impostos de 2007", declarou o banco. Se comprovado, o incidente do trader do Société Générale supera de longe um dos casos mais notórios na história corporativa global, do rombo de US$ 1,3 bilhão atribuído a Nick Leeson em 1995. As ações do SocGen fecharam a quarta-feira cotadas a 79,08 euros e operam com queda de 6% em Paris nesta quinta. O SocGen disse que a diretoria rejeitou a renúncia do CEO Daniel Bouton. A baixa contábil do banco de 2,05 bilhões de euros corresponde à perda de 1,1 bilhão de euros relacionadas ao setor hipotecário residencial norte-americano, 550 milhões de exposição a seguradoras de bônus dos EUA e 400 milhões de euros em provisões adicionais relacionadas ao subprime. A agência de ratings Fitch rebaixou o SocGen de AA para AA- logo após o anúncio.