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Sócios da Petrobras podem impedir gasoduto continental

Ministro boliviano afirma que para a Bolívia participar do projeto do gasoduto continental é necessário que todas as empresas sejam exclusivamente estatais

Por Agencia Estado
Atualização:

Para que o gasoduto continental funcione, necessitamos que as empresas que participarem de sua construção sejam estatais, disse o ministro do Petróleo da Bolívia, André Solíz Rada, ao salientar que não se pode fazer grandes investimentos para beneficiar companhias petrolíferas internacionais sócias da companhia brasileira, a Petrobras. O ministro do Petróleo advertiu que a Bolívia não participará do gasoduto, se a Petrobras manter a maioria dos capitais privados em uma relação de 60 a 40% do controle acionário estatal. A afirmação do ministro boliviano, segundo a Agência Boliviana de Informação, foi feita durante um debate que participou na última quinta-feira na Câmara de Senadores, a respeito do decreto de nacionalização do petróleo. "Para que o gasoduto funcione necessitamos que as empresas que dele participarem sejam estatais", disse Solíz Rada, acrescentando que "60/40 do seu capital pertencem a grupos transnacionais". O ministro boliviano esclareceu que essa posição do governo não é um ataque a companhia petrolífera brasileira, e sim se expressa o ponto de vista boliviano de que " o gasoduto tem que ser feito por empresas estatais, porque não se pode realizar grandes investimentos para beneficiar as companhias petrolíferas transnacionais sócias da Petrobras. "A articulação das empresas estatais de todos os nossos países, nos daria a possibilidade de disputar e lutar por melhores condições do que temos agora", explicou. O ministro boliviano também disse que a Petrobras terá que tomar uma definição, pois esta é a posição do governo boliviano. "Petrobras terá que tomar uma definição. Eu posso assegurar, entretanto, que a Petrobras tem como sócios majoritários estas grandes transnacionais, e pelo menos entendo que o governo do presidente Evo Morales não vai dar sua autorização para que participemos desse ´megaduto´", disse o ministro do Petróleo da Bolívia.

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