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Socorro ao Citi, discurso de Obama e plano de Brown animam mercados

Bolsas reagem bem a resgate do banco, equipe econômica dos EUA e corte de impostos; no Brasil, dólar cede

Por Claudia Violante e Silvana Rocha
Atualização:

Um plano bilionário de resgate do Citigroup, um pacote de estímulo fiscal do governo britânico de 20 bilhões de libras (US$ 30,24 bilhões) e a confirmação de Timothy Geithner como secretário do Tesouro do governo de Barack Obama garantiram ontem fortes valorizações às bolsas européias, norte-americanas e brasileira. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) acompanhou a euforia externa e saltou 9,40%, maior ganho diário desde 28 de outubro. O Índice Dow Jones, o mais tradicional da Bolsa de Nova York, subiu 4,93% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 6,33%. Considerando a valorização de sexta-feira (respectivamente, 6,54% e 5,18%), as bolsas americanas tiveram os maiores ganhos em dois dias desde 1987. As commodities também atraíram os investidores e o preço do petróleo subiu mais de 9%, apesar de ainda estar abaixo de US$ 55 o barril. A notícia sobre Geithner havia vazado na sexta-feira, quando a Bovespa já estava fechada, mas pegou Wall Street funcionando, o que significa que os investidores correram às compras. Ontem, com um pregão de atraso, a bolsa doméstica repercutiu o anúncio, confirmado pelo presidente eleito, Barack Obama. Geithner é o atual presidente do Fed de Nova York. Lawrence Summers, que foi secretário do Tesouro no governo Bill Clinton, também foi confirmado na presidência do Conselho Econômico Nacional. Obama anunciou ainda Christina Romer, professora de Economia da Universidade da Califórnia em Berkeley, para o cargo de presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca. Os investidores também gostaram da fala de Obama, na qual afirmou que o país deve agir "rápida e audaciosamente" para confrontar a crise econômica, que tem "proporções históricas". "Não temos um minuto a perder", acrescentou. Mas, até janeiro, o atual governo também tenta se mover e atenuar os estragos da crise. Ontem, o governo Bush acertou - o mercado financeiro gostou - ao concordar em garantir em até US$ 306 bilhões os ativos do Citigroup, além de injetar US$ 20 bilhões no banco. As ações da instituição dispararam mais de 50%, causando uma onda de compras de papéis de bancos ao redor do mundo. DÓLAR Após subir 8,55% na semana passada, o dólar ontem caiu 5,52%, para R$ 2,328. Esta é a maior baixa desde 13 de outubro, quando caiu 7,76%, a R$ 2,14, de acordo com levantamento do AE Taxas. Nesse dia, a Bovespa subiu 14,66%, em reação à decisão da União Européia de criar um plano para injetar bilhões de euros nos bancos, num esforço para recuperar a confiança no sistema financeiro. A mudança de direção do dólar acompanhou a desvalorização externa em relação ao euro e à libra esterlina, em meio a um movimento de ajustes de posições e de preço das commodities e das ações nas bolsas européias, norte-americanas e brasileira, disse um analista de uma corretora paulista. Um profissional de um grande banco nacional atribuiu ainda a queda da moeda no mercado à vista, hoje, ao fluxo cambial positivo, às rolagens de contratos futuros de dólar na BM&F e aos leilões do Banco Central. Ontem, o BC fez duas ofertas de contratos de swap cambial, num total de US$ 2,162 bilhões. Em um desses leilões, o BC vendeu a oferta integral de 10 mil contratos, de US$ 495,6 milhões.

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